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Google Asshole Index

Por Rubens Queiroz de Almeida

Data de Publicação: 12 de Outubro de 2007

Um dos passatempos preferidos dos Google maníacos é inventar usos incomuns para as informações recuperadas pelo buscador.

Uma destas novidades é o Google Asshole Index. Você vai ao Google e digita o nome da vítima seguida da palavra asshole (babaca). Conta-se então o número de documentos recuperados. Quem tiver o maior número de páginas ganha.

Segundo esta metodologia, o ganhador é Bill Gates, fundador da Microsoft, com 172,000 páginas. Steve Jobs, outro babaca famoso, está bem atrás, com 113,000 páginas. Eu fiz esta mesma pesquisa uns dois meses atrás e o Steve Jobs estava bem na frente do Bill Gates. O que será que o Bill fez para assumir uma dianteira tão folgada? O Linus Torvalds, criador do Linux, também tem um ranking respeitável, embora com apenas com 11,400 páginas.

O primeiro link que aparece na consulta sobre o Steve Jobs é o artigo, da revista Wired, chamado Apple Memories Not Sweet as Pie, que relata um encontro de ex-funcionários da Apple, em que cada um tem uma história sobre o famoso patrão. Uma delas relata que uma equipe inteira de engenheiros foi informada, na véspera do Natal, que seria demitida demitida logo em seguida ao feriado. Ótimas notícias para uma data tão especial como o Natal.

Para o Bill Gates, o primeiro link vem do Jacken's Blog. Neste blog a primeira noticia fala dos métodos de extorsão usados pela Microsoft para forçar o governo dinamarquês a fazer como queriam ou então eles teriam 800 pessoas demitidas. O autor termina dizendo que gostaria de dar um soco na cara dele.

Quanto ao Linus Torvalds, o primeiro link é uma entrevista para a ZDNet, com o título Exclusive: Linus Torvalds tells his story. Nesta entrevista, o próprio Linus Torvalds diz ser um babaca.

Voltando ao Google. Tem um livro chamado Chega de Babaquice, que é um tratado sobre babaquice (no original em inglês The No Asshole Rule). O Google é citado duas vezes neste livro, nas páginas 41 e 67. Para resumir, o Google possui uma regra anti-babacas. Segundo Shona Brown, vice-presidente de operações do Google:

... a empresa age segundo seu lema, "Não seja mau", fazendo do Google um local em que simplesmente não vale a pena agir como um babaca. (pg. 41)

O livro tem também os dez principais passos anti-babacas (pg. 66). A regra número três é elucidativa:

Livre-se rapidamente dos babacas: as organizações normalmente esperam tempo demais para se livrar de babacas certificados e incorrigíveis e, quando finalmente o fazem, a reação geral é: "Por que esperamos tanto para fazer isso?"

Muitas empresas acham que vale a pena manter um babaca pois acham que o que ele gera em dinheiro compensa por todo o sofrimento e angústia que causa à sua volta. O babaca gera uma grande despesa: tempo dos gerentes que vivem apagando o fogo causado por seu comportamento abominável, produtividade perdida por pessoas que precisam se recuperar emocionalmente dos abusos sofridos e uma quantidade enorme de outros problemas. Algumas empresas estão apresentando estas contas aos babacas. Na página 35 do livro Chega de Babaquice, está um relato de despesas apresentado a um babaca certificado: U$ 160.000 dólares ao ano, discriminados da seguinte forma:

Tempo gasto pelo superior direto 25.000
Tempo gasto pelos profissionais de RH 5.000
Tempo gasto pelos executivos seniores 10.000
Tempo gasto pelo aconselhamento de RH terceirizado pela empresa 5.000
Custo de treinamento e recrutamento de um novo assistente 85.000
Custo em horas extras atribuídos às demandas de última hora 25.000
Treinamento e aconselhamento de controle da agressividade 5.000

Legal, mas e se você é um babaca e não sabe. Ao que parece, a maioria dos babacas se acha o máximo, competente, inteligente, charmoso, atraente, irresistível e, mais do que tudo, modestos. Faça o teste Autodiagnóstico: Você é um Babaca Certificado?, na página 90.

Mas enfim, por que não vale a pena ter um babaca em sua empresa? Vou responder com outra pergunta: Você conhece algum ex-babaca?

Para encerrar, recomendo fortemente a leitura do livro Revolution in the Valley - How the Mac was made, escrito por Andy Hertzfeld, um dos pioneiros que criaram o primeiro Macintosh, em 1984. O livro é interessante pelo relato das façanhas de engenharia necessárias para criar um computador revlolucionário, como o Mac, que já em 1984 possuia uma interface gráfica e diversos outros recursos inimagináveis para a época. Tão interessante quanto estes relatos, são as histórias das diversas babaquices perpetradas pelo Steve Jobs. Genial, perfeccionista, e um verdadeiro imbecil e egoísta no trato com as pessoas. O livro e muitas outras histórias pode ser lido online no site Folklore.org.

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