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As competências essenciais das lideranças

Por Jefferson Santos

Data de Publicação: 28 de Junho de 2019

A coragem do empresariado nacional e sua capacidade de produção de bens e de serviços no país são, de fato, instigantes e desafiadoras.

Sob forte influência do Estado nas três esferas (municipal, estadual e federal) mais de 12,9 milhões de empresas no território nacional (dados do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário - IBPT) gastam a incrível quantidade de 1.958 horas para processamento e pagamentos de impostos de toda sorte. Sem ser surpreendente, este fato se torna compreensível ante ao reconhecimento do IBPT em sua página institucional que lá estão registrados. Ou seja, não são inferências e sim fatos registrados.

Tal deletéria situação nos coloca no 189ª posição dentre os 191 países no mundo de acordo com o Banco Mundial (dados divulgados em 2017) e, por consequência, contribui para nos rebaixar para a 80ª posição no ranking mundial de competitividade, índice dessa vez publicado pelo Foro Econômico Mundial, também no ano de 2017. (Dados objeto de discussão na palestra Gestão Estratégica no Contexto Brasileiro.

O formidável elenco de óbices, gargalos e desafios gerenciais e de liderança faz com que empreendedores e líderes tenham que se manter bem informados sobre toda e qualquer sorte de variação de fatos e fatores do macroambiente socioeconômico e político.

Para se lidar com eficiência e sucesso com todos os percalços cuidadosamente deitados à frente da complexa e difícil trajetória que qualquer empreendimento enfrenta para se entregar um bem ou um serviço, empreendedores individuais e líderes, tanto setoriais como empresariais, precisam reconhecer e entender a profunda e prevalente influência dos fatores conjunturais e estruturais comuns a um país de dimensões continentais, com uma infraestrutura física que dificilmente tem o beneplácito das folgas orçamentárias de municípios e estados para uma mera manutenção ou atualização. Da mesma forma, deparam-se com uma sofrível infraestrutura social que contém uma população inexoravelmente arremessada e mantida, há décadas, na desigualdade educacional, de acesso à infraestrutura de saúde e seguridade, financeira e social.

Tais realidades acima comentadas impactam diretamente a força de trabalho de um empreendimento e de seu colar de fornecedores, os clientes e todo amplo elenco de profissionais e empresas que, eventualmente, entrem na equação produtiva como coadjuvantes em manutenções, atualizações e eventuais suportes diretos ao negócio. Claro está que essa "esteira" avança nas searas de agências reguladoras e órgãos públicos onde, no contexto real, prevalece mais a fiscalização do que eventuais assessorias ao desenvolvimento dos negócios resguardadas raríssimas exceções.

Ante a tal complexo e incidente cenário no dia a dia de líderes, tanto setoriais como organizacionais, ofereço um "check-list" que desenvolvi como fruto de minha experiência à frente de mais de 400 colaboradores distribuídos em mais de 12 organizações distintas espalhadas por esse imenso território continente.

Embora seja prático e objetivo em pontos fulcrais, ele não se encerra como uma panaceia imunizando o líder de todos os contratempos e complexidades que o macroambiente lhe impõe no dia a dia. Pelo contrário, serve para orientação básica e merece ser ampliado abrigando todos os detalhes peculiares a cada atividade empreendedora ou organizacional.

Conhecimento

  • Informações críveis;
  • Experiência agregada;
  • Fatores estruturais;
  • Fatores conjunturais;
  • situation awareness;

Visão

  • Contextual (Avaliação P.E.S.T);
  • Periférica (Impactos da Avaliação P.E.S.T sobre os setores);
  • Prospectiva.

Comunicação

  • Oportuna;
  • Disseminada;
  • Pragmática (evitar neologismos, gírias etc.);
  • Normativa (acompanhar o padrão estabelecido pela empresa);
  • Assertiva
    • Foco;
    • Direção;
    • Objetividade;
    • Simplicidade.

Articulação

  • Avaliação S.W.O.T (Sob os impactos do macroambiente);
  • Competências setoriais e individuais;
  • Possibilidades;
  • Disponibilidades
    • Orçamento setorial;
    • Recursos.

Coordenação

  • Ação iniciada;
  • Acompanhamento;
  • Controle;
  • Assistência/ interconectividade

Feedback

  • Oportuno;
  • Endereço certo;
  • Registro.

Os fatores e as breves descrições acima são parte comentada na palestra Liderança Estratégica no Contexto Brasileiro e desenvolvida junto aos participantes do workshop O Círculo da Produtividade Estratégica.

Espero estar contribuindo na solução dos complexos desafios que os profissionais que se dedicam a, com excelência, entregar um bem ou um serviço a um mercado ávido por produtos de qualidade e acessíveis.

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Simples e perfeito. Muito obrigado por compartilhar o conhecimento!

Sobre o autor

Jefferson Wanderley dos Santos atualmente é Professor, Consultor, Palestrante e Facilitador. Foi piloto militar e civil em mais de 15 aeronaves (aviões e helicópteros) de diferentes tipos e piloto offshore (SK-76C) na Líder Aviação. Possui, no total, mais de 5.000 horas de vôo. Possui ampla experiência em Planejamento Institucional com base em Avaliação de Cenários (organizacional e institucional: Brasil e América do Sul) atuando em treinamentos como orientador de diplomatas civis e militares no módulo Peace Operations Executive Seminar do Pearson Peacekeeping Centre no Interamerican Defense College em Washington - DC - USA e no módulo Large Scale Emergencies and Desasters Seminar também no Interamerican Defense College em Washington - DC - USA. Possui ampla experiência em Consultoria para organizações do Comando da Aeronáutica na área de Gestão Estratégica de Recursos Humanos. Proferiu palestras sobre Gestão de Recursos Humanos na Aeronáutica para militares dos países das três Américas e Caribe no 27º Comitê de Gestão de Recursos Humanos e Ensino em Winnipeg, Manitoba, Canadá.

Proferiu palestras sobre o Brasil e seus cenários social, político e econômicos para diplomatas civis e militares do Interamerican Defense College e National Defense University, ambos na cidade de Washington - DC - USA no ano de 2007; foi coordenador acadêmico no Interamerican Defense College, Washington- USA, 2007 a 2008; foi professor-chefe do Curso de Política e Estratégia Aeroespaciais na Universidade da Força Aérea RJ no ano de 2009; possui ampla experiência em Assessoramento e Avaliação de Processo Decisório para funções de assessoria, chefia e direção de organizações do Comando da Aeronáutica.

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