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O mapa não é o território

Por Marina Cassino de Almeida

Data de Publicação: 31 de Maio de 2018

Sabe aquela sensação de tirar uma venda dos olhos quando de repente, uma coisa que você acreditava muito, mostra-se totalmente diferente do que você sempre pensou que fosse? Ou aquele dia em que depois de muito debater com seu colega de trabalho, finalmente você entende o que ele estava querendo dizer? Ou vice-versa?

Pois é, isso acontece comigo também. Às vezes é uma sensação de libertação, de enxergar um novo mundo, uma luz no fim do túnel. Outras vezes é um tanto desesperador, pois a nova realidade vista pode não ser lá essas coisas. Mas uma coisa é fato: o que antes era certo, de repente muda.

Uma das coisas que aprendi durante minha formação em PNL (Programação Neurolínguística) e que mudou o jeito como enxergo a vida, as opiniões e comportamentos de outras pessoas é que "o mapa não é o território".

Mas que história de mapa é essa? Simples: imagine que você voltou lá para os seus 10 anos de idade e a brincadeira do dia é "caça ao tesouro". Você se junta com alguns dos seus amigos e esconde uns tesouros por aí. Depois de fazer isso, chega a hora de desenhar o mapa para entregar aos outros que não viram onde os tesouros foram escondidos. E aí quando estes outros recebem o mapa, por mais que o desenhista da turma seja muito bom, há uma certa dificuldade para olhar o papel e "traduzir" aquele desenho para a realidade. Porque o mapa é só uma parte de todo aquele espaço onde você está com os seus amigos. Se andarem muito e saírem dali, o mapa não vai mostrar como voltar. E mais: quem desenhou, colocou no papel o que viu com os próprios olhos, o que julgou importante e com a técnica de desenho que sabia.

Acontece que quando crescemos e nos relacionamos com outros adultos, vemos o quanto é difícil mostrar claramente nosso ponto de vista ou entender outros modos de pensar. Quem nunca viveu um mal entendido? Uma dificuldade para se comunicar que pensou "será que estou falando grego?". Ou mesmo, viu alguma situação e pensou "Não é possível! O que passa na cabeça dele?".

Isso acontece porque cada pessoa tem um mapa único. Um mapa de mundo, que usa para caminhar nesta vida. E este mapa é construído com base nas experiências, nas crenças, nos valores de cada um. Por isso cada mapa é diferente. Eu tenho o meu, você tem o seu, e o outro tem o dele.

E aí é que mora a brincadeira.

Cada pessoa tem um mapa e por incrível que pareça, nenhum deles representa a realidade. Porque a realidade em si não existe, o que existe é a leitura de cada um sobre o que é esta realidade. Aí é quando a comunicação se complica, pois cada um está usando um "manual de mundo" diferente.

Mas tudo isso seria maravilhoso se as pessoas estivessem dispostas a ouvir o outro e tentar entender sua visão de mundo. Aprender com as experiências do outro. O problema é que a maioria de nós não possui esta consciência e acredita que o próprio mapa é o único que existe. Que é melhor que o mapa do outro. Quer impor a sua visão de mundo como correta e coloca a do outro como errada. E aí as discussões ficam acaloradas.

O ponto é que não existe um mapa melhor, nem mais certo, nem mais real. Mas uma coisa é fato: quanto maior o seu mapa, mais possibilidades e caminhos você consegue enxergar. Faz sentido né?

Quando entendi este conceito, foi como um daqueles momentos de tirar a venda dos olhos e ver o mundo diferente! Eu pensei: "Peraí! Cada um tem um mapa. Este mapa é usado para tomar decisões. Se o mapa da pessoa é pequeno, provavelmente ela não vai ter muitas opções ou caminhos. Então, pode ser que muitas das atitudes ou decisões que vi por aí e que me pareceram sem sentido, fossem as únicas ou as melhores disponíveis no mapa daquelas pessoas!".

Neste momento eu entendi o que acontecia. Neste momento eu parei de julgar o outro. Foi aí que meu mapa se ampliou um pouquinho e eu passei a ver novas explicações para coisas que antes eu não entendia. Tive a sensação da venda caindo e me deixando ver uma nova parte do meu mapa que se criava. Neste dia, me tornei uma pessoa com mais empatia.

Ainda no curso de PNL, tivemos a oportunidade de, ao final, receber algumas pessoas que não eram alunos para que pudéssemos aplicar algumas das técnicas que aprendemos durante nove meses. Todas elas traziam alguma meta que queriam alcançar ou problema para resolver. E em pouco tempo de conversa estruturada, conseguimos individualmente, ampliar um pouquinho o mapa de cada uma delas. E foi fantástico! Pessoas que nunca havíamos visto na vida, estavam emocionadas por enxergarem novas possibilidades que agora pareciam tão óbvias: "Como não pensei nisso antes?", elas diziam. E isso foi transformador para mim e é por isso que aqui no Mosaico acreditamos que ampliar o mapa, a consciência ou o modelo mental das pessoas vai tornar o mundo um lugar mais tolerante.

Por isso, o desafio para você é: da próxima vez que se pegar p** da vida com alguma situação, pare e pense: ?será que o mapa dela está mostrando o que eu estou vendo??.

Sobre as autoras

Marina e Tati são co-fundadoras do Mosaico Criativo, uma escola online em rede que tem o objetivo de compartilhar movimentos, inovações e oportunidades que tem surgido pelo mundo, além de apoiar jornadas de reinvenção e desenvolvimento pessoal para lidar com esta nova realidade.

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