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Demonizando Monopólios Intelectuais: ao povo o que é do povo
Por Bruno Buys
Data de Publicação: 22 de Julho de 2010
Alexandre Oliva abriu sua apresentação com um slide onde uma charge inglesa do século XVIII ironizava o radicalismo da revolução francesa: rebeldes comemoravam e cortavam cabeças de nobres, com uma guilhotina em chamas. Sem dúvida uma imagem forte mas, para Oliva, necessária para explicar o que está acontecendo hoje em dia na questão dos direitos autorais e das patentes. Segundo Oliva, estão "cortando nossas cabeças".
O sistema de direitos autorais e as patentes, vendidos como forma de proteger e estimular o progresso e o desenvolvimento tecnológico, estão fazendo exatamente o contrário: protegendo e perpetuando monopólios e travando a inovação. Impedidos de usar nossas cabeças, nós, usuários, consumidores, enfim, cidadãos, permanecemos à mercê de grandes grupos e mega-corporações detentoras de propriedades intelectuais.
Quem conhece a trajetória de Alexandre Oliva já ouviu esse argumento.
A novidade aqui é que Oliva sempre encontra meios criativos e divertidos de explicar suas idéias. O palestrante defendeu que o "modelo de negócio" atualmente praticado pela indústria é vendido como se fosse o único possível, mas não é. citou, por exemplo, tecnologias de "compra social", onde grupos de interessados se unem para ter maior poder de barganha. Se em um sistema como o atual, onde um grande monopólio trata com consumidores individuais que estão indefesos frente ao poder econômico do monopólio, em um "monopsônio" (sistema com um só consumidor), consumidor e vendedor estão em posição de igualdade, negociando em condições mais justas.
Oliva consegue sempre arrancar aplausos entusiasmados de suas platéias. Ao fim, o público que se aglomerou em torno do palestrante teve que ser arrebanhando pelas organizadoras, para o começo da próxima palestra.