De acordo com as Leis 12.965/2014 e 13.709/2018, que regulam o uso da Internet e o tratamento de dados pessoais no Brasil, ao me inscrever na newsletter do portal DICAS-L, autorizo o envio de notificações por e-mail ou outros meios e declaro estar ciente e concordar com seus Termos de Uso e Política de Privacidade.


Algumas implementações do Bash 4.0

Colaboração: Júlio Cezar Neves

Data de Publicação: 22 de setembro de 2017

Antes da dica de hoje, queria dar um recadinho rápido. Estão abertas, até o dia 28 de setembro, às 23h59m, as inscrições para a nova turma do curso Programação Shell Linux, com o Prof. Julio Neves.

Os 20 primeiros inscritos recebem como um bônus adicional uma inscrição gratuita no curso Linux: Dicas e Truques

Inscreva-se já!

1. Novas substituições de parâmetros

  • ${parâmetro:n}

    Equivale a um cut com a opção -c, porém muito mais rápido. Preste a atenção, pois neste caso, a origem da contagem é zero.

    $ TimeBom=Flamengo
    $ echo ${TimeBom:3}
     mengo 
    

Essa Expansão de Parâmetros que acabamos de ver, também pode extrair uma sub cadeia, do fim para o principio, desde que seu segundo argumento seja negativo.

$ echo ${TimeBom: -5} 
mengo 
$ echo ${TimeBom:-5} 
 Flamengo 
$ echo ${TimeBom:(-5)} 
mengo 
  • ${!parâmetro}

Isto equivale a uma indireção, ou seja devolve o valor apontado por uma variável cujo nome está armazenada em parâmetro.

Exemplo

$ Ponteiro=VariavelApontada
$ VariavelApontada="Valor Indireto"
$ echo "A variável \$Ponteiro aponta para \"$Ponteiro\"
> que indiretamente aponta para \"${!Ponteiro}\""

A variável $Ponteiro aponta para "VariavelApontada" que indiretamente aponta para "Valor Indireto"

  • ${!parâmetro@}
  • ${!parâmetro*}

Ambas expandem para os nomes das variáveis prefixadas por parâmetro. Não notei nenhuma diferença no uso das duas sintaxes.

Exemplos

Vamos listar as variáveis do sistema começadas com a cadeia GNOME:

$ echo ${!GNOME@}
GNOME_DESKTOP_SESSION_ID GNOME_KEYRING_PID GNOME_KEYRING_SOCKET
$ echo ${!GNOME*}
GNOME_DESKTOP_SESSION_ID GNOME_KEYRING_PID GNOME_KEYRING_SOCKET 
  • ${parâmetro^}
  • ${parâmetro,}

Essas expansões foram introduzidas a partir do Bash 4.0 e modificam a caixa das letras do texto que está sendo expandido. Quando usamos circunflexo (^), a expansão é feita para maiúsculas e quando usamos vírgula (,), a expansão é feita para minúsculas.

Exemplo

$ Nome="botelho"
$ echo ${Nome^} 
Botelho 
$ echo ${Nome^^} 
BOTELHO 
$ Nome="botelho carvalho"
$ echo ${Nome^} 
Botelho carvalho 	# Que pena...

Um fragmento de script que pode facilitar a sua vida:

read -p "Deseja continuar (s/n)? "
[[ ${REPLY^} == N ]] && exit

Esta forma evita testarmos se a resposta dada foi um N (maiúsculo) ou um n (minúsculo).

No Windows, além dos vírus e da instabilidade, também são frequentes nomes de arquivos com espaços em branco e quase todos em maiúsculas. No exemplo anterior, vimos como trocar os espaços em branco por sublinha (_), no próximo veremos como passá-los para minúsculas:

$ cat trocacase.sh
#!/bin/bash 
#  Se o nome do arquivo tiver pelo menos uma 
#+ letra maiúscula, troca-a para minúscula 
 
for Arq in *[A-Z]*	# Pelo menos 1 minúscula
do
    if  [ -f "${Arq,,}" ]	# Arq em minúsculas já existe?
    then
        echo ${Arq,,} já existe
else
    mv "$Arq" "${Arq,,}"
    fi
done

2. Substituição de chaves

Elas são usadas para gerar cadeias arbitrárias, produzindo todas as combinações possíveis, levando em consideração os prefixos e sufixos.

Existiam 5 sintaxes distintas, porém o Bash 4.0 incorporou uma 6ª. Elas são escritas da seguinte forma:

  1. {lista}, onde lista são cadeias separadas por vírgulas;
  2. {inicio..fim};
  3. prefixo{****}, onde os asteriscos (****) podem ser substituídos por lista ou por um par inicio..fim;
  4. {****}sufixo, onde os asteriscos (****) podem ser substituídos por lista ou por um par inicio..fim;
  5. prefixo{****}sufixo, onde os asteriscos (****) podem ser substituídos por lista ou por um par inicio..fim;
  6. {inicio..fim..incr}, onde incr é o incremento (ou razão, ou passo). Esta foi introduzida a partir do Bash 4.0.
$ echo {1..A}	# Letra e número não funfa
{1..A}
$ echo {0..15..3}	# Incremento de 3, só no Bash 4
0 3 6 9 12 15
$ echo {G..A..2}	# Incremento de 2 decresc, só no Bash 4
G E C A
$ echo {000..100..10}	# Zeros à esquerda, só no Bash 4
000 010 020 030 040 050 060 070 080 090 100
$ eval \>{a..c}.{ok,err}\;
$ ls ?.* 
a.err  a.ok  b.err  b.ok  c.err  c.ok

A sintaxe deste último exemplo pode parecer rebuscada, mas substitua o eval por echo e verá que aparece:

$ echo \>{a..c}.{ok,err}\; 
>a.ok; >a.err; >b.ok; >b.err; >c.ok; >c.err;

Ou seja o comando para o Bash criar os 6 arquivos. A função do eval é executar este comando que foi montado. O mesmo pode ser feito da seguinte maneira:

 $ touch {a..z}.{ok,err} 

Mas no primeiro caso, usamos Bash puro, o que torna esta forma pelo menos 100 vezes mais rápida que a segunda que usa um comando externo (touch).

Adicionar comentário

* Campos obrigatórios
5000
Powered by Commentics

Comentários

Nenhum comentário ainda. Seja o primeiro!


Veja a relação completa dos artigos de Júlio Cezar Neves