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Colaboração: Maruen Ghadieh
Data de Publicação: 12 de julho de 2013
E chega ao fim o FISL 14 e com ele posso dizer que fecham alguns ciclos. O principal deles é ver que o FISL cresceu, se tornou muito mais do que um encontro pra debater se o Open Source é viável, ou só coisa de garoto de faculdade barbudo e cabeludo que passa a noite babando em cima do teclado, posso dizer mais do que nunca que, é viável, producente e rentável, cresceu tanto em tamanho, quanto em direcionamentos e isso é muito bom! Mas graças a Deus, os barbudos e cabeludos, bichos-grilo continuam vivos e ativos.
Rever antigos amigos, aliás senti falta de alguns, afinal de contas, nessa nossa vida corrida, o FISL é quase que obrigatório na agenda para reencontrarmos bons amigos com quem praticamente passamos o ano todo falando apenas por telefone, e-mail e mensagem, além de fazer novos amigos o que é sempre legal, relembrar histórias dos primórdios do Open Source (sei que sou praticamente um dinossauro mesmo) é sempre muito bom, apesar de não fazer a linha nostálgica, as vezes é bom relembrar dos caminhos que trilhamos e ver que as sementes cultivadas renderam bons frutos.
O FISL 14 mostrou uma vocação corporativa impressionante, se tornando palco de discussões negociais, bons contatos e geração de bons leads.
Claro que sempre haverá o revigorante, eterno e fundamental debate ideológico, pois sem isso não haveria razão para a existência do FISL, sobretudo em uma universidade amplamente engajada.
Nesse meu final de feira, posso dizer que foram quatro dias de trabalho árduo, muitas reuniões, muitas conversas, muitas trocas de ideias, mas também alguma diversão.
Quero compartilhar com todos uma pequena coleção de pérolas para relembrar e rir com os amigos, como por exemplo, o pessoal que me pedia "a touca do jacarezinho" (quase me senti um promoter da Lacoste). Aliás, por falar em gorro, descobri um novo tipo de zumbi, acontece que quando a gente começava a distribuir os gorros, o pessoal parecia brotar do solo e eu ouvia um uníssono "gorro, gorro", lembrava muito o filme "Madrugada dos Mortos" (brain, brain). Tinha também a turma que queria o "adesivo da lagartixinha", fora aqueles que vinham ao estande aparentemente sem graça pedir algum brinde e quando dizíamos que podia pegar, metia a mão em 5 ou 6, outros as vezes chegavam cheios de moral e diziam: "bah...quero uma manta dessa boneca" (lembram da concorrente da Barbie???), daí eu respondia "Mano (assim mesmo, afinal, já virei paulista da Zona Leste)...se tu quer manta vai na loja de cama, mesa e banho, aqui eu posso te dar no máximo um lápis e um adesivo!" E ele respondia, "Bah... então tá, pode ser, brinde serve qualquer um mesmo". Outros vinham reclamar que levamos poucas bolinhas pra distribuir e não acreditavam quando dizíamos que tinha acabado e ainda tinha aquele que queria levar alguma coisa do nosso estande, chegavam pedindo o cachecol, depois pediam o gorro, o adesivo, o lápis, o pin e quando ouviam que tudo tinha acabado, perguntavam, então posso pegar uma balinha? Ao final, escrevi um aviso: "Acabaram as toucas, pins, adesivos e bolinhas. Pergunte-me sobre SUSE!!! E deixei o cartaz exposto numa das paredes do estande.
Mas essa foi apenas a parte da diversão com a garotada das excursões, o que importou mesmo foram os negócios bem encaminhados, os futuros parceiros e as boas perspectivas de negócios futuros.
Acho que rever amigos como o Cesar Brod, nos dá aquela noção de que ainda temos muito a fazer e a aprender, tal sua capacidade de se reinventar, tamanha versatilidade desse cara, além de continuar com a mesma cara de garoto que ele tinha a 15 anos atrás.
Ao mesmo tempo, posso dizer que FISL em Porto Alegre é tradição, pode até mudar de estado, ser itinerante, ou fazer escala em outros países, tudo bem, é como um filho que cresce e sai de casa pra ganhar novos rumos, mas sempre terá que voltar para a casa onde nasceu, mesmo que para visitar. Ainda assim, lembro que nos primeiros FISL que fazíamos, só cruzávamos com nerds e estudantes pelos corredores, hoje em dia o pessoal aprendeu que com software livre também se ganha dinheiro, também se trabalha e também existem empresas que fomentam esse mercado, o que afastou de vez a desconfiança de se adotar ferramentas Open Source.
De qualquer modo, quero pedir ao pessoal que defende a mesma bandeira que eu, que modernizem alguns discursos, pois código aberto, só interessa pra quem desenvolve, o usuário médio, só quer continuar produtivo, ele só quer usar e se sentir confortável.
Resumindo, no fim da feira restou não a xepa, mas todas as projeções de negócios que iniciamos lá, e isso é melhor que qualquer argumento para justificar todo o esforço de ficar longe da família, comendo mal, dormindo pouco e se dispondo a conversar a qualquer hora sobre o mesmo assunto. Pro próximo ano, quero voltar com certeza, daqui até lá eu me recupero da frase: "Moço tem adesivo da lagartixa?"
Aliás, só pra constar... é um camaleão, que se adapta nos mais variados ambientes, ok?!?!?!
E vamos a luta defender nossa bandeira, nossos ideais e nossa maneira meio "bicho-grilo" de ser! Viva o Software Livre, viva o Open Source, viva o FISL!
Ano que vem tem mais!
Maruen Ghadieh é Territory Manager da SUSE.
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