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Colaboração: Francisco Aparecido da Silva
Data de Publicação: 01 de junho de 2012
A motivação para esta postagem foi a necessidade de utilizar um MUA leve para ler/redigir e-mail's. Neste quesito, as ferramentas textuais tem grande vantagem por oferecer grande versatilidade com simplicidade. A grande questão é a curva de aprendizado. Estas ferramentas darão produtividade à medida que se dedique em aprender como utilizar e até mesmo quando não se deve utilizar. Em 2008 havia escrito algo à respeito do mutt e agora venho escrever novamente utilizando com imap, recebendo e enviando, portanto tudo através do servidor. Lembre-se, mesmo que seu sistema seja capaz de enviar e-mail diretamente, esta prática não é estimulada pois alguns servidores poderão recusar seus e-mail's.</div>
Leitor de e-mail, baseado em texto com suporte a MIME, GPG, PGP, threading (esta é uma descrição do pacote do Debian). Com o mutt é possível fazer bounce de e-mail's, quebrar threads, agrupar threads, guardar em rascunho, anexar arquivos ou simplesmente ler, responder e compor e-mail's. Mutt é a máquina central de manipulação de suas mensagens, sendo que para a escrita de uma nova mensagem propriamente dita, pode-se utilizar outra ferramenta, como por exemplo o editor de textos vim. O arquivo principal de configuração do mutt é o .muttrc e é incrível o quanto ele é configurável e o quanto é funcional. Depois que você configurar o básico e estiver funcional, poderá explorar opções mais avançadas, afinando gradativamente seu .muttrc. Leia até o final, tire suas dúvidas e então , terá um client de e-mail leve e funcional.
É preciso lembrar que o mutt é acessado diretamente via terminal, usando
combinações do teclado. O mutt é tão somente um MUA (Mail User Agent),
ou seja, ele NÃO é um MTA (Mail Transfer Agent)[1]. Apesar de ser possível
separar as configurações do mutt em arquivos deferentes, aqui estaremos fazendo
em um único arquivo, no caso o arquivo .muttrc.
Mas a medida que seu
arquivo crescer, poderá ser dividido em seções e estas armazenadas em locais
distintos, como por exemplo ~./.mutt/{files}.
Lembre-se também que existem 3 níveis para preparar o mutt: instalação, configuração e a interação. Em qualquer dos níveis é preciso fazer escolhas sobre o que você deseja fazer e como fazer. Tenha em mente então o que realmente quer, tome cuidado e não dependa tanto das configuracões defaults. Algumas pessoas tendem a customizar tudo, portanto cuide para fazer o que realmente precisa com cuidado.[2]
O mutt pode ser instalado em qualquer Linux/BSD. Considero aqui o Debian que
é a distro que uso; O mutt possui o pacote mutt e o mutt-patched que inclui
alguns patches extras, como por exemplo uma lista de caixas de e-mail ao
lado direito (ou esquerdo dependendo da configuração do .muttrc
);
aptitude install mutt mutt-patched
Após a instalação você terá o mutt instalado no entanto sem o arquivo de configuração. Neste ponto caso chame o mutt pela linha de comando, este tentará ler e-mail's da máquina local. Não há problema nisso, mas certamente você não terá e-mail a ser mostrado;
Antes de criarmos nosso primeiro .muttrc, de uma olhada no diretório
/usr/share/doc/mutt
em especial no arquivo manual.txt.gz.
Este é o
manual completo. Veja também no mesmo diretório o arquivo README.Debian,
aqui algumas dicas de como configurar o .muttrc.
Um outro diretório que
merece atenção no seu estudo do mutt é o /usr/share/doc/mutt/exemplos
,
especialmente o arquivo Muttrc.gz
.
Para ter o .muttrc
funcional rapidamente, sugiro que utilize as
configurações padrões que ficam em /etc/Muttrc.d
, faça isso através de um
laço for da seguinte forma:
for i in /etc/Muttrc.d/*.rc; do cat $i >> ~/.muttrc;done</div>
Explicando: para toda variável $i
no diretorio X
, faça um cat
em $i
e adicione ao arquivo .muttrc
no home do usuário corrente;
pronto.
Confira, seu arquivo deverá estar criado com as opções mais comuns.
Próximo passo, ajustar o .muttrc
para ler uma caixa de e-mail, por exemplo
imap do gmail. Para isso adicione as seguintes linhas no seu .muttrc
:
set imap_user = 'usuario@gmail.com' set imap_pass="" set spoolfile = imaps://imap.gmail.com:993/INBOX set folder = "imaps://imap.gmail.com:993"
Com as entradas acima, seu mutt já será capaz de ler as mensagens na sua caixa postal. Agora insira as configurações para envio de e-mail via servidor smtp do gmail:
set smtp_url = "smtp://usuario@smtp.gmail.com:587/" set smtp_pass= ""
Note que o mutt irá solicitar senha para imap e smtp. Se você se sentir confortável e seguro, coloque sua senha nos respectivos campos em aspas. As linhas seguintes completam as funcionalidades básicas do mutt com gmail, ajustando as questões de pastas laterais, mover para lixeira, gravar e-mail enviados em sentmail, entre outras coisas:
set trash=+[Gmail]/Trash set record="+[Gmail]/Sent Mail" set postponed="+[Gmail]/Drafts" set header_cache="~/.mutt/cache/headers" set message_cachedir="~/.mutt/cache/bodies" set certificate_file=~/.mutt/certificates # set up the sidebar, default not visible set sidebar_width=25 set sidebar_visible=yes #no set sidebar_delim='|' # which mailboxes to list in the sidebar mailboxes =INBOX ='INBOX.Deleted Items' =[Gmail]/Drafts =[Gmail]/'Sent Mail' =[Gmail]/Spam
Feito, considere ver as referências e fazer suas perguntas caso necessite;
Este artigo foi publicado originalmente em http://blog.silva.eti.br
Francisco Aparecido da Silva trabalha atualmente com administração de redes e aulas na graduação na www.santacruz.br, Software Livre e segurança de redes. Utiliza GNU/Debian como distro linux preferida tanto em servidores quanto nos desktops. Blog Pessoal http://blog.silva.eti.br e no http://twitter.com/fafanete .
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