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Usando atalhos de teclado

Colaboração: Bruno Buys

Data de Publicação: 07 de dezembro de 2011

É muito mais conveniente, produtivo e saudável usar o teclado para comandar o computador, no lugar do mouse, sempre que possível. Conveniente, porque assim diminui o movimento da mão indo do teclado para o mouse desnecessariamente. Produtivo, porque essa economia de tempo e energia você emprega na realização do trabalho propriamente dito. Saudável porque assim você evita as lesões por esforço repetitivo (uma doença dolorosa, de difícil cura e cujo tratamento envolve usar MENOS o computador) que estão associadas com o uso do mouse. Além disso, com atalhos de teclado fáceis e rápidos você comanda o computador mais rapidamente do que pegando o mouse para clicar em um menu, que muito provavelmente tem um atalho associado.

Essa semana comprei um netbook novo, e como estou reconfigurando todos meus atalhos de teclado, e também inspirado por leituras na Internet sobre LER (lesão por esforço repetitivo, a famigerada doença) resolvi colocá-los em uma dica. Aí está:

  • No KDE4 você pode definir atalhos de teclado para cada programa que está no seu menu K. Para isso use o programa 'kmenuedit', disponível via linha de comando ou via click direito em cima do ícone do menu. Escolha o item de menu na árvore à esquerda, e o programa irá carregar duas abas na direita. Na última aba "avançado", o atalho atual será exibido. Clique em cima para definir um novo atalho. Enquanto o programa estiver esperando entrada, use o atalho escolhido e o kmenuedit irá gravá-lo ali.

    Uma sugestão: prefira a tecla Meta para seus atalhos. Por exemplo, para o firefox, use Meta+F, fácil de lembrar. Não use o Alt nem o Control para novos atalhos aqui, porque eles já têm seus atalhos definidos, que poderão conflitar, ou serem mais difíceis de lembrar. A tecla Meta (aquela que fica entre o Control e o Alt esquerdos, e que tem um símbolo de uma bandeirinha em cima...) sempre está mais desocupada, porque não colocá-la em uso?

    Bom, com o kmenuedit definimos atalhos para programas. Mas o KDE4 traz um comportamento diferente do antigo KDE3: é necessário "ativar" os atalhos. Estranho, mas é. Vá nas configurações do sistema Menu K > Configurações > Configurações do Sistema. No item "Administração do computador", abra "Ações de entrada" e tique a caixa do primeiro item "kmenuedit", se não já estiver ticada.

  • Atalhos para itens do desktop: é possível criar atalhos para os itens que estão na barra do KDE4. Usando o "Notificador de Dispositivos" como exemplo: clique o direito sobre ele, escolha o item "Configurações do Notificador de Dispositivos". No diálogo que abre ali, existe um item que é o de atalhos de teclado.

  • Atalhos para menus: usando o kwrite como exemplo (onde estou escrevendo essa dica), repare que os nomes dos menus possuem letras que estão sublinhadas. Essa letras sublinhadas são os atalhos. Assim fica fácil, ninguém precisa saber nada decorado, é só consultar na hora de usar.

    Essas letras sublinhadas respondem ao Alt (lembra que eu disse acima que o Alt já tem seus atalhos?). Conjugue-as com o Alt, e você tem os atalhos de teclado para todos estes menus.

    Agora uma coisa que pouca gente sabe, ou usa: uma vez com o menu aberto, você tem duas opções de acesso às funções do menu. À direita de cada item de menu está a indicação do atalho de teclado - quando existe um - a ser usado para acesso àquela função INDEPENDENTE DO USO DO MENU. Experimente fechar o menu e tentar o acesso indicado. Por outro lado, é possível também acesso à função usando o menu e seguindo a letra sublinhada do item, SEM O ALT, SOMENTE A LETRA. Esse último acesso precisa do menu aberto.

    Um detalhe: quando o menu abrir, se o ponteiro do mouse ficar em cima do menu, ele pode se confundir. Afaste o ponteiro.

    Uma vez com um menu aberto, você pode usar as setas para baixo e para cima para navegar nos itens do menu, e as da direita e esquerda para mudar de menus. Quando um item de menu leva para um sub-menu, a seta da direita geralmente dá acesso a ele.

  • Atalhos globais do KDE4: volte lá nas configurações do sistema e vá no item "Teclado e Mouse". Lá você encontra os itens "Atalhos padrão" e "Atalhos Globais". Você pode mudar os que já existem e adicionar novos. Na parte dos atalhos globais, o primeiro item que aparece não tem muita graça porque se refere ao daemon KDE, na lista drop-down. Mas se você escolher dessa mesma lista o item kwin, aí sim você chega no filé mignon dos atalhos de teclados.

    Nesse ponto a imaginação é o limite. Aí estão a maioria das ações que fazemos sempre, como maximizar, minimizar e redimensionar janelas. Minha sugestão é você definir atalhos pelo menos para estas três funções. Usando atalhos definidos aqui, e mais o Alt+Tab para escolher janelas, você praticamente nem vai mais precisar da barra de programas.

  • No Gnome existe um acesso explícito aos atalhos de teclado: vá em Sistema > Preferências > Atalhos de Teclado. Acho isso um pouco mais simplificado que no KDE4. Tudo está ali, ações e programas. Escolha atalhos para as ações que você faz rotineiramente. No fim da lista existem também atalhos personalizados. Clique em Adicionar, escolha nome e o comando a ser usado, clique aplicar, ele vai para a lista. Clique em "Novo atalho" para definir um atalho. Um detalhe: aqui no meu Gnome, a tecla Meta chama-se Mod4, por algum motivo. Mas dá no mesmo.

    Com isso tudo em mãos, você pode fazer um melhor uso da tela do seu micro. Se ele for, como o meu, um netbook, dá para começar a abrir mão de itens que ocupam espaço na tela e na memória, como barras e ícones, feitos para uso com o mouse.

    Outra coisa muito boa é que em um net/notebook, menos uso do mouse significa menos uso do touchpad, né.

    Restam então duas funções, que na minha opinião, são "legítimas" do mouse: navegação na Internet e edição de imagens no Gimp. Ainda assim, alguma coisa pode ser feita no teclado. Navegando no Konqueror, por exemplo, se você der um Control, todos os links da página aparecem com números e letras, que são os atalhos. No Gimp, os menus possuem as mesmas funcionalidades de acesso, com letras sublinhadas e atalhos com as teclas F e o Alt.

    Outro item extenso, que não vou abordar aqui são atalhos de teclado para trabalho com texto. Existem muitos deles, e, embora haja alguma similaridade, eles podem variar de programa para programa. Mas que ajudam muito, não tenha dúvida. É muito prejudicial estar trabalhando intensamente com texto e ter que tirar a mão do teclado para ir ao mouse por qualquer coisa.

    Se você estiver interessado, tente ir descobrindo-os. Conjugue as teclas Control, Alt e Shift, home e End com as setas. O caminho do samurai é mais ou menos por aí, e assim você explora o seu editor de texto específico.

    E eis aqui alguns clássicos, mãozíssima na roda:

  • no firefox você põe um cursor no campo de url com o Ctrl+L (ou o F6).
  • ainda no firefox, navegue entre abas com o Ctrl+Tab.
  • ainda no firefox, abra nova aba com o Ctrl+T.
  • no konqueror, navegue entre abas abertas com o Ctrl e os < >.
  • no konqueror (como gerenciador de arquivos), tendo a mesma aba como referência, você navega na hierarquia de diretórios do micro com o shift+setas para baixo ou para cima. Já o shift+setas para direita e esquerda faz você navegar no histórico de "páginas navegadas", como se os diretórios fossem páginas da web (mesma lógica das setas em um navegador). Diferença sutil, mas está lá. Isso às vezes confunde.
  • no open/libre/br-office navegue entre planilhas de um mesmo arquivo com o Ctrl+PageUp/PageDown.

Agora pelo menos não precisamos mais do mouse para abrir um simples programa, né? Os tendões agradecem.

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