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Colaboração: Bruno Buys
Data de Publicação: 28 de Novembro de 2007
A nova versão do Gimp, a recém lançada 2.4, já é a default nos repositórios do Debian sid, e contém novidades muuuuito interessantes para o mundo do software livre. Esta nova versão é capaz de fazer gerenciamento de cor e de entender e usar perfis de cores.
O preenchimento desta lacuna habilita o Gimp para uso em uma nova gama de tarefas, principalmente impressão de alta qualidade. Nesta área o gerenciamento de cor é fundamental.
É fácil entender porquê: O gerenciamento de cor é a tecnologia que permite que dispositivos gráficos diferentes entendam informações de cores de maneira acurada e consistente, evitando desvios como aqueles obtidos quando você, por exemplo, imprime uma página web e as cores saem diferentes do que você vê na tela do monitor. Porquê ocorrem estes desvios?
Uma explicação bem rápida sobre isso é que monitores de computador e impressoras entendem informação de cor de maneiras diferentes. Monitores lidam com cores no sistema RGB (Red - Green - Blue), ao passo em que impressoras lidam com cores no sistema CMYK (Cian - Magenta - Yellow - blacK). Além disso, monitores emitem luz, ao passo em que impressoras geram documentos que são visualizados por luz neles refletida. As diferenças entre os dispositivos envolvidos em toda a cadeia de trabalho com imagens têm se tornado muito grandes com o avanço da tecnologia e a entrada de diferentes fabricantes no ramo. Isso faz com que seja necessário um tipo especial de meta-informação capaz de informar sobre o dispositivo original de captura, e o espaço de cores nele usado. Essa meta-informação é o perfil de cor. Ele é um pequeno arquivo que é inserido no cabeçalho de uma imagem. Os principais formatos de imagem aceitam perfis de cor, especialmente aqueles usados em fotografia para impressão, como o TIFF. Estes perfis informam sobre as condições em que as imagens foram capturadas, permitindo ao programa de edição de imagens uma exibição mais correta e conseqüentemente, um tratamento mais eficiente e acurado da foto.
Conceitualmente é simples entender o que seja o gerenciamento de cores, mas isso não significa que seja fácil usá-lo eficientemente no dia-a-dia. Em conjunto com o Gimp com gerenciamento de cor, um fotógrafo ou designer interessado em usar software livre em sua estação de trabalho deve também procurar um sistema de calibração de monitor, para que possa ajustar as caracerísticas de seu monitor de modo a exibir cores com acurácia. No mundo do software livre temos o Lprof (lprof.sourceforge.net) e o Argyll (www.argyllcms.com) para isso.
Como fotógrafos e designers precisam ainda revelar suas fotos produzidas em modo raw (cru), o software indicado é o dcraw (ww.cybercom.net/~dcoffin/dcraw e dicas-l, em www.dicas-l.com.br/dicas-l/20060505.php e www.dicas-l.com.br/dicas-l/20070316.php). O dcraw é o pioneiro em conversão raw no mundo livre, e gerou uma gama de outros softwares gráficos que o utilizam mais ou menos como 'engine'. Como exemplo temos o ufraw (ufraw.sourceforge.net), que também tem algum suporte a gerenciamento de cores. Tanto dcraw quanto o ufraw foram traduzidos por mim para o português do Brasil, que já vem junto com o software, dependendo somente da localização da sua máquina. Para o dcraw fiz também uma tradução da home-page do autor do software, em www.cybercom.net/~dcoffin/dcraw/index_pt.html, que é um bom texto inicial sobre fotos raw.
Visualizar metadados dos formatos de imagens acaba sendo uma vantagem, uma vez que você pode remover o que não quer deixar para o seu cliente ver, ou inserir seus próprios dados. Estes dados podem ir desde dados técnicos da imagem até informações de contato, restrições autorais e licenseamento, etc. Para isso temos o excelente exiftool (www.sno.phy.queensu.ca/phil/exiftool e dicas-l, em www.dicas-l.com.br/dicas-l/20060113.php e www.dicas-l.com.br/dicas-l/20051208.php) que mostra informações completíssimas e é facilmente scriptável.
Reunidos, estes softwares podem trabalhar para gerar uma imagem de altíssimo nível a ser usada de entrada no Scribus (www.scribus.net), programa de editoração eletrônica livre e alternativo às opções dominantes de mercado tradicionalmente vinculadas à gigante Adobe. Com esta ecologia de software livre se fortalecendo completamos um conjunto maduro de programas livres para Desktop Publishing (DTP), uma área historicamente dominada por pacotes proprietários extremamente caros e restritivos. Mais um avanço do mundo livre a ser comemorado, e que, espero, beneficiará pequenas e médias (quem sabe até as grandes...) empresas de editoração brasileiras reféns da dependência tecnológica de Adobe, Apple e cia.
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