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Colaboração: Rubens Queiroz de Almeida
Data de Publicação: 13 de Novembro de 2006
Quem já leu um pouco sobre a história da Microsoft desde sua criação deve no mínimo desconfiar destas investidas no mundo do software livre. Eu me lembro dos tempos em que dava cursos de redes, nos anos de 1996 em diante. Uma das minhas técnicas favoritas era entrar no site da Microsoft e fazer uma busca pela palavra Linux. Nada, nada, nada. Com o tempo isto foi mudando. Passaram a reconhecer, para em seguida desprezar, e agora são os bons amigos desde criancinha.
Com o mundo do software livre, estão usando uma estratégia já usada muitas vezes com outras empresas. Basicamente a estratégia consiste em se aproximar, ganhar a confiança, e depois dar o bote. Isto aconteceu com a empresa Go, a criadora da idéia dos PDAs (esta história é contada no livro Startup: A Silicon Valley Adventure, com a Apple, quando estava se preparando, em 1984, para o lançamento do MacIntosh (veja o livro Revolution in the Valley, escrito por Andy Hertzfeld, um dos principais desenvolvedores do sistema do MacIntosh. O livro está disponível online no site http://www.folklore.org). Nos caso das duas empresas, Go e Apple, elas precisavam de aplicativos para rodar nas novas plataformas. Nos dois casos, a Microsoft sinalizou seu interesse em participar na criação de aplicativos, para se infiltrar e conhecer as novas tecnologias em desenvolvimento, para em seguida, anunciar o lançamento de produtos similares. No caso da Go, anunciou um dispositivo semelhante, que nunca chegou ao mercado. Quanto à Apple, anunciou sua intenção de desenvolver o Windows, que demorou ainda muitos anos para chegar aos pés do produto desenvolvido pela Apple. O Windows 3.1, a primeira versão minimamente decente, chegou ao mercado em 1992, oito anos depois do lançamento do primeiro MacIntosh.
Eu gostaria de encerrar este texto recomendando um documento de Robert Cringely, um dos melhores e mais lúcidos analistas de tecnologia da informação que conheço. Em um texto chamado Divide and Conquer: The Microsoft/Novell deal is more about disruption than cooperation, o autor nos dá uma visão bem fundamentada do que realmente pode estar por trás deste acordo. Recomendo também a leitura do artigo do Jaime Balbino, publicado na seção Educação e Tecnologia, com o título A Microsoft e o Canto da Sereia.
Eu estou torcendo, sinceramente, para estar errado (frequentemente estou), mas neste caso, acho que as intenções da Microsoft não são exatamente as melhores. O passado da empresa fala por ela, e nada ou ninguém muda assim tão rápido. Eu não acredito que as táticas obscuras e ilícitas que ela pratica melhor do que o desenvolvimento de software consigam vencer o movimento de software livre, mas vamos ficar de olho.
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