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Colaboração: Rubens Queiroz de Almeida
Data de Publicação: 02 de Dezembro de 2004
Recentemente eu li um artigo escrito pela cantora Courtney Love, onde ela fornece uma explicação bem interessante do relacionamento dos artistas com a indústria musical, pirataria, mp3, napster e outros assuntos relacionados.
Eu tomei a liberdade de traduzir alguns trechos bem interessantes:
Hoje eu quero falar sobre pirataria e música. O que é pirataria? Pirataria é o ato de roubar o trabalho de um artista sem nenhuma intenção de pagar por ele. Eu não estou falando de softwares tipo Napster.
Eu estou falando dos contratos com as grandes gravadoras.
Eu quero começar com uma estória sobre bandas de rock e gravadoras, e fazer algumas contas baseadas no que os contratos estabelecem:
Esta estória é sobre uma banda que consegue um ótimo acordo de royalties de 20 por cento e um adiantamento de um milhão de dólares. (Nenhuma banda jamais conseguiu vinte por cento de royalties, mas vamos lá). Esta é a minha matemática "engraçada" baseada em alguma realidade e eu apenas quero qualificá-la dizendo que eu sou positiva em acreditar que é uma matemática melhor do que a aquela que Edgar Bronfman Jr (Presidente e CEO da Seagran, que é dona da Polygram), iria oferecer.
O que acontece com o milhão de dólares?
Eles gastam meio milhão para gravar seu album. Isto deixa a banda com U$ 500.000 dólares. Eles pagam U$ 100.000 ao seu gerente, uma comissão de 20%. Eles pagam U$ 25.000 ao seu advogado e gerente de negócios.
Ficam U$ 350.000 para os quatro membros da banda dividirem. Após pagarem U$ 170.000 em impostos, ficam U$ 180.000. O que resulta em U$ 45.000 por pessoa.
São U$ 45.000 para viver por um ano até que o disco seja lançado.
O disco é um grande sucesso e vende um milhão de cópias. (...)
Então, esta banda lança dois singles e faz dois vídeos. Os dois vídeos custam um milhão de dólares e 50 porcento dos custos de produção dos vídeos são deduzidos dos royalties da banda.
A banda recebe U$ 200.000 em apoio para o seu tour, dinheiro que deve ser inteiramente reembolsado.
A gravadora gasta U$ 300.000 promovendo o album em radios independentes. Você tem que pagar por esta promoção para que sua música toque nas rádios; promoção independente é um sistema onde as gravadoras usam intermediários de forma que elas podem fingir não saber que as estações de rádio -- o sistema unificado de difusao -- são pagas para tocar suas músicas.
Toda esta promoção independente é paga pela banda.
Como o adiantamento original de um milhão de dólares também tem que ser pago, a banda deve dois milhões para a gravadora.
Se todos os discos do total de um milhão são vendidos a preço cheio, sem descontos ou clube do disco, a banda ganha dois milhões em royalties, pois os seus 20% de royalties representam U$ 2 por disco.
Os dois milhões de dólares em royalties menos dois milhões em despesas que a banda tem que pagar resulta em .... zero!
Quanto ganhou a gravadora?
Eles conseguiram aproximadamente U$ 11 milhões.
O custo de fabricação dos CDs é de U$ 500.000 e eles adiantaram um milhão para a banda. Some-se a isto um milhão em custos dos vídeos, U$ 300.000 promovendo o disco nas rádios e U$ 200.000 para o tour da banda.
A empresa pagou também U$ 750.000 em royalties para publicação da música.
Eles gastaram U$ 2.2 milhões em marketing. Isto é em sua maior parte propaganda no varejo (...)
Some tudo e você verá que a gravadora gastou U$ 4.4 milhões de dólares.
Então o seu lucro é de U$ 5.6 milhões; a banda vai ter que arrumar emprego em uma loja de conveniência.
E ainda mais:
As quatro maiores gravadoras patrocinam a RIAA. Estas empresas são ricas e obviameente bem representadas. Os artistas e músicos das gravadoras não possuem dinheiro para competir. Os 273.000 músicos dos EUA ganham em média U$ 30.000 por ano. Apenas 15% dos músicos da Federação Americana de músicas trabalham exclusivamente com música.
Mas a indústria de música é um negócio de U$ 40 bilhões de dólares anuais. Um terço desta renda vem dos EUA. A venda anual de fitas, CDs e video são maiores que o produto interno bruto de 80 países. Os americanos tem mais tocadores de CDs, radios e videocassetes do que banheiras.
Estórias e mais estórias são contadas a respeito dos artistas -- alguns deles nos seus 60 ou 70 anos, alguns deles autores de sucessos enormes que todos nós apreciamos, usamos e cantamos -- vivendo na pobreza total, sem ter nunca recebido nada. Sem ter acesso a um sindicato ou um plano básico de saúde. Artistas que geraram milhões de dólares para uma indústria morrem quebrados e esquecidos.
E eles não são atores ou participantes. Eles são os donos de direito, originadores e executores de suas composições originais.
Isto é pirataria.
E ainda:
Foram baixadas pela internet, no último ano, um bilhão de músicas, mas as vendas subiram. Onde está a prova de que os downloads prejudicam os negócios? Os downloads estão criando mais demanda.
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