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CNPq abre as portas da Plataforma Lattes para a Comunidade de Software Livre

Colaboração: Rubens Queiroz de Almeida

Data de Publicação: 14 de Maio de 2003

http://lattes.cnpq.br/materias.jsp?id=20030313-1

Autor(a): Núcleo de Mídia Científica / UFSC 13/03/2003

Os usuários e os desenvolvedores não adeptos do ambiente Windows já podem comemorar. O CNPq acaba de anunciar o lançamento do Projeto Lattes para Linux, que representa a abertura da plataforma de informações sobre C&T para o sistema operacional Linux.

Em breve, os sistemas Lattes off-line, que hoje atendem a 98% da comunidade científica, usuária do sistema MS-Windows, passarão a ter versões também para os ambientes preferidos pela comunidade de software livre. Segundo os responsáveis pelo projeto de abertura da Plataforma Lattes, Paulo Henrique Santana, Coordenador Geral de Informática do CNPq, e Roberto Pacheco, Coordenador do Grupo Stela da UFSC, há dois objetivos no projeto: o primeiro é permitir que os sistemas Lattes possam ser instalados em computadores que utilizam Linux; e o segundo é permitir que versões alternativas para esses sistemas, construídas por desenvolvedores da comunidade de software livre também possam ser considerados aplicativos Lattes.

No primeiro conjunto de ações, os sistemas Lattes off-line permitirão que os usuários Linux possam atualizar informações de grupos de pesquisa, currículos e projetos, ainda que estejam desconectados da Internet. Atualmente esses usuários só podem atualizar suas informações no CNPq por meio de sistemas on-line, disponíveis na página Web da plataforma. Para que os sistemas rodem em plataformas Linux, o CNPq solicitou a migração dos sistemas atuais para esse ambiente. Já está, também, em fase final de desenvolvimento o Sistema Grupo para Linux e esse trabalho será a base conceitual da migração do sistema de currículos e do sistema de propostas do CNPq.

Mas a abertura não se limita à migração dos sistemas atuais para o ambiente Linux. Nossa pretensão é permitir que integrantes da comunidade de desenvolvedores possam criar seus próprios sistemas e enviar as informações para a agência, esclarece Pacheco. Para tal, o grupo está criando bibliotecas que garantirão a identidade de usuários, a qualidade dos dados enviados e os sistemas de recepção/envio ao CNPq. O restante dos sistemas (interfaces de atualização, relatórios, etc.) estará livre à imaginação da comunidade Linux.

Pela primeira vez uma agência federal do País aceitará aplicativos alternativos aos seus próprios sistemas. O feito é resultado, primeiro, da padronização das informações também realizada em colaboração com as universidades e da promoção de não exclusividade de ambientes tecnológicos. Essa era a principal reivindicação da comunidade brasileira de software livre, destaca Roberto Pacheco. Segundo Santana, essa é uma iniciativa pioneira em plataformas de governo, que poderá servir de paradigma para abertura de sistemas a outras agências.

O projeto de abertura da Plataforma Lattes já havia sido divulgado em dezembro de 2002, em Florianópolis, durante o III Workshop da Comunidade LMPL grupo que congrega oito universidades brasileiras e trabalha de forma cooperativa na definição de padrões para as informações da Plataforma Lattes. A novidade agora é que o CNPq está criando uma instância para discussão com a própria comunidade de software livre. Resta-nos saber qual será a receptividade e opinião da comunidade de software livre, que está agora com a palavra, destaca Santana.

Sistemas Lattes para todos Como está sendo realizado o projeto de abertura? Uma análise mais detalhada permite mostrar as duas frentes de trabalho que os responsáveis pela Plataforma Lattes adotaram: de um lado migrar os sistemas atuais e, na outra frente, o projeto mais arrojado de generalizar os sistemas básicos da Plataforma de modo a permitir que outros sistemas também possam se comunicar como CNPq.

Atualmente, se um usuário Linux quiser preencher seu currículo, grupo de pesquisa ou projeto de pesquisa sem estar conectado à Internet, deverá necessariamente passar para o ambiente MS-Windows. Com o projeto de abertura da Plataforma Lattes, essa realidade tende a mudar, com os sistemas da plataforma estando presentes em outros ambientes. De um lado está o esforço do próprio grupo responsável pelos sistemas atuais em migrá-los para o ambiente Linux, mas de outro está o projeto de permitir que a própria comunidade Linux construa seus sistemas Lattes. Essa tem sido uma das demandas ao CNPq. Com esse projeto, haverá quem encaminhe seus dados e documentos de forma digital utilizando sistemas construídos por terceiros e avalizados pelo CNPq. Para tal, bastará que os sistemas utilizem o mesmo padrão de informações da Plataforma Lattes definido pela Comunidade LMPL e façam uso das bibliotecas Lattes para Linux. Ao final, a comunidade de Software Livre poderá tanto utilizar os sistemas Lattes para Linux da Plataforma como acrescer a essa seus próprios sistemas. Os sistemas novos terão os procedimentos de identificação de usuário, verificação de erros e de comunicação com o CNPq automaticamente controlados por bibliotecas fornecidas pela Agência.

Segundo o desenvolvedor Marcelo Domingos, do Grupo Stela, essa nova camada de serviços - que poderá ser baixada do site da Plataforma - oferecerá exatamente todas as funções essenciais para garantir a qualidade da informação e a segurança de conexão ao CNPq. Nosso compromisso é com a verificação da consistência dos dados finais com o que é exigido na Plataforma Lattes em relação à identidade e privacidade de seus usuários. O plano é não interferir nos sistemas que surgirão, desde que eles respeitem esses princípios básicos, esclarece Domingos.

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