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Colaboração: Rubens Queiroz de Almeida
Data de Publicação: 25 de Setembro de 2002
Eu recebi dezenas de mensagens comentando a política da StarOne e sua proibição de uso de Linux. Estou postando aqui as mensagens que me foram enviadas pelo Fernando Roxo e Eduardo Maçan, visto serem representativas das opiniões de todos que me escreveram e por serem muito bem fundamentadas.
Não deixem de ler :-)
From: Fernando M. Roxo da Motta <<roxo (a) conectiva com br> To: Rubens Queiroz de Almeida <<queiroz (a) ccuec unicamp br> Subject: Re: [Dicas-L] Absurdo: Resposta StarOne
Queiroz,
Se o email do Carlos Eduardo Silvino Moreira tivesse sido publicado eu estaria incluindo-o nesta "consulta", mas talvez se tivesse sido publicado ele estaria sendo inundado, como você deve estar sendo, por respostas com este mesmo conteúdo.
Pelo que entendi da explicação abaixo o problema se resume ao uso de um proxy local. Será que o Carlos Eduardo nunca ouviu falar do Squid ? Acho pouco provável, afinal este é (possivelmente) o servidor proxy mais usado no mundo, logo sendo ele um profissional da área deve ter ouvido falar nele.
Entrei no site do FreshMeat ( http://freshmeat.net ) e procurei por "proxy server" e achei uma categoria com este nome contendo 93 (isto !! Noventa e três ) projetos :
http://freshmeat.net/browse/907/?topic_id=907
Não procurei, mas tenho a convicção de que haverá pelo menos um destes projetos capaz de operar nas três plataformas citadas, além de outras não citadas. Se este for o caso, me parece que *poderia* ser bastante interessante eles tentarem conhecer algum(ns) deste(s) projeto(s), afinal poderia economizar algum investimento no desenvolvimento de uma solução proprietária ao passar a usar um Software Livre, além de passar a usar uma solução multiplataforma, o que por sua vez expandiria o mercado atendido.
Ou será que há algo além do "proxy server" no produto deles ?
Eu acho bastante razoável a explicação fornecida pelo Carlos Eduardo com relação à necessidade do uso de um "proxy server", considerando os custos envolvidos em um enlace por satélite, tanto finaceiros quanto de latências. Eu acho até razoável que eles se sintam mais confortáveis com o uso de um servidor próprio. Mas se a única necessidade é ter um "proxy server' instalado, a forma como é colocada esta exigência me parece no mínimo equivocada. Porque em lugar de dizer qual deve ser o sistema operacional conectado eles não especificam a necessidade de ter um proxy server instalado ? Acredito que seria muito mais simples e menos desgastante para a imagem pública da empresa.
Eu até entenderia se eles estabelecessem esta necessidade e se eximissem de suportar qualquer outra plataforma, afinal vários fornecedores de conexão rápida à Internet o fazem, mas não tinha tido ainda notícia de nenhum que proibisse outros sistemas. Normalmente a atitude é dizer : "não damos suporte, você terá que se responsabilizar por configurar a sua máquina". No caso deles acredito que se poderia até fazer algo do gênero. Aliás, é muito comum estas empresas fornecedoras de conexões rápidas terceirizarem o serviço de instalação e configuração, o que eles poderiam fazer com empresas que instalassem um servidor Proxy local no processo de configuração destes outros sistemas operacionais.
Conforme eu disse acima, a menos que exista algo além do "proxy server" no produto deles, a menos que exista a firme decisão da StarOne de abidicar de uma parte do mercado por qualquer razão, continuo em dúvida com relação à razão da forma como foi imposta a restrição e muito mais com relação às explicações.
Eu poderia até pensar em me tornar cliente deles, mas minha única condição seria poder usar o Linux como sistema operacional. Como eles decidiram desistir desta parcela do mercado, justamente em respeito à decisão deles eu também desisto deste objetivo e vou poupá-los de qualquer tentativa neste sentido.
Eduardo Maçan <<macan (a) colband com br>>
Caro Carlos, obrigado por responder à comunidade. Como parte desta comunidade, eu gostaria de sugerir-lhe um modo simples de tornar clara a situação quanto ao acesso através de software livre aos serviços da StarOne.
Dizer que "Macintosh e Linux(sic)" são "proibidos" dá a entender que o serviço até funciona sobre estes sistemas, mas vocês não os desejam acessando seus serviços. Alguns outros representantes da comunidade ao ficarem sabendo da situação chegaram a consultar advogados sobre a legalidade deste tipo de exclusão, segundo a interpretação acima. Ao que parece essa situação que é sugerida chegaria a ferir o código de defesa do consumidor, eu não sou um advogado, não posso afirmar isso, mas essa hipótese chegou a ser levantada.
Sugiro que ao invés de dizer que os sistemas são proibidos, a frase seja substituida por "o serviço não é suportado pelos sistemas GNU/Linux e Macintosh por exigir software especial, disponível atualmente apenas para windows". Isso dá a medida exata da situação, não ofende os usuários (e potenciais clientes) de seu serviço e dá margem aos usuários de se manifestarem a favor de que se crie o suporte para essas plataformas.
Eventualmente a demanda pode crescer e vocês poderão perder clientes apenas porque vocês mascararam a real demanda "proibindo" o uso destes sistemas, tapando os ouvidos e os olhos às solicitações de seus potenciais clientes.
Um grande abraço
Eduardo Maçan Desenvolvedor Debian GNU/Linux <macan (a) debian org>
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