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Colaboração: Rubens Queiroz de Almeida
Data de Publicação: 20 de Agosto de 2001
Eu recebi este artigo sobre a experiência do Metro de São Paulo com StarOffice. Muito interessante, vale a pena ler.
Minhas desculpas ao colaborador que me enviou esta mensagem. Eu perdi o original.
Tudo começou com esta pergunta no Metrô de SP
POR SILVIA BALIEIRO
Metrô de São Paulo trocou o pacote de aplicativos Office, da Microsoft, pelo StarOffice, software livre e gratuito da Sun. Está economizando 500000 reais por ano com a mudança. O raciocínio por trás dessa guinada: por que comprar um Rolls Royce se um Gol dá perfeitamente conta do recado?
A Companhia do Metropolitano de São Paulo iniciou a troca do Microsoft Office pelo StarOffice em 1999. A idéia de mudar surgira dois anos antes. Na época os 1 350 micros das áreas administrativa e técnica estavam com o Office 95 da Microsoft instalados. Quando foi lançada a nova versão do produto, o Office 97, o Metrô teria de gastar cerca de 800000 reais para fazer a atualização do software em cada um dos computadores.
Como esse gasto era inviável, o responsável pela área de TI do Metrô, o engenheiro Gustavo Mazzariol, foi atrás de soluções alternativas para a empresa. Durante a Comdex de Las Vegas em 1999, Mazzariol assistiu a uma palestra do presidente da Sun, Scott McNealy, que havia comprado recentemente o Star- Office da empresa alemã StarDivision e garantia que continuaria apostando no produto, mantendo-o gratuito. "O Office da Microsoft era caro demais e possuía recursos demais para as nossas necessidades diárias, por isso optamos pelo novo pacote de aplicativos", diz Mazzariol.
Ao retornar de Las Vegas com um CD do produto, Mazzariol procurou a Sun do Brasil atrás de suporte, mas a empresa ainda não havia definido sua estratégia de negócio para o StarOffice. Mesmo sem nenhum apoio técnico da Sun, o Metrô gerou 500 cópias do CD e o distribuiu entre os funcionários administrativos e técnicos da companhia. Para treinar o pessoal, o Metrô fechou uma parceria com a consultoria Barros Martins. Não foi nada fácil. "Como o produto ainda não era muito divulgado, tivemos muito trabalho em encontrar profissionais capacitados para realizar o treinamento", afirma Sandra Marques de Barros, consultora da Barros Martins. Inicialmente dois instrutores da própria consultoria ficaram encarregados de ministrar palestras comparando o novo pacote com o velho. Depois, o Metrô percebeu a necessidade de fazer um treinamento mais individualizado e decidiu criar uma equipe interna para ajudar os usuários. Dois tipos de treinamento foram realizados: um para aqueles usuários totalmente leigos, que nunca tinham tido nenhum contato com suítes de escritório, e outro para os que já estavam familiarizados com esse tipo de pacote.
No início a resistência dos funcionários foi grande. "A maior dificuldade era explicar para os funcionários que o Metrô não estava tirando nada de ninguém e sim trocando os produtos", diz Sandra. Além do treinamento, também era preciso ter apostilas e manuais que auxiliassem os usuários. No entanto, o produto era tão pouco divulgado que não existiam apostilas e material didático disponíveis. Mais uma vez a própria equipe do Metrô foi obrigada a arregaçar as mangas e produzir esse material. Ao todo foram oito apostilas com instruções sobre cada um dos aplicativos do StarOffice: o StarWriter, o StarCalc, o StarBase, o StarImpress, o StarDraw, o StarImage, o StarSchedule e o StarDesktop.
Hoje boa parte dos 2 000 funcionários da área administrativa que utilizam computadores já instalou o StarOffice e a previsão é de que até o final do ano a troca já esteja concluída, com 100% dos usuários migrando para o pacote de aplicativos da Sun. Agora, para ajudar na popularização do software outros 7 500 CDs serão distribuídos a todos os empregados da empresa, incluindo aqueles que trabalham na área operacional. Além disso, um arquivo do software já está disponível para download no site do Metrô (www. metro.sp.com.br).
O trabalho foi grande, mas conseguiu atingir o objetivo da Companhia do Metropolitano de São Paulo, que era diminuir os gastos. Com o pacote gratuito a empresa estima economizar cerca de 500000 reais por ano. "Não podemos jogar dinheiro fora. O StarOffice é mais do que suficiente para as nossas necessidades diárias", diz Mazzariol. "Com esse dinheiro economizado podemos investir em novas máquinas, por exemplo", completa.
A inspiração de apostar num software livre veio "lá de baixo", mais precisamente do Estado do Rio Grande do Sul, onde existe o Projeto Software Livre RS, que vem instalando não só o StarOffice, mas também o Linux, em escolas públicas e repartições administrativas. "Eles estão a anos-luz na nossa frente", diz Mazzariol.
Para convencer seus funcionários a usar o StarOffice, o Metrô precisou evangelizar seu pessoal. Mas onde encontrar técnicos que conhecessem realmente a ferramenta? Com ajuda da consultoria Barros Martins, a empresa contratou três estudantes da PUC de São Paulo que conheciam bem o StarOffice. Henrique Martins Roberto, Eduardo Cavalieri e Paulo Campoy foram batizados de Starboys. Tinham a tarefa de familiarizar os empregados com essa novidade.
Ao mesmo tempo, uma equipe interna da empresa foi formada para fazer o treinamento e o suporte técnico. Os evangelizadores escolhidos foram Ricardo Bechelli, que trabalhava na área de RH, e as secretárias Eliana Ferreira e Sônia Moliterno. Todos liderados pela coordenadora da área de atendimento, Olga Yamadera. "Enfrentamos uma certa resistência de alguns usuários que não queriam usar a ferramenta nova, mas a situação já vem mudando. Nosso primeiro treinamento teve cerca de 380 interessados, e hoje já existe uma fila de espera de 500 pessoas que desejam conhecer melhor o StarOffice", diz Olga.
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Comentários (1)
hehehe nossa, que bom que vc achou o artigo! saiu na INFO Exame, nas páginas 90 e 91... ed 182 de Maio de 2001.
grato por essa lembrança!