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Gestão da criatividade e redução da fantasia

Por Ivan Postigo

Data de Publicação: 18 de Dezembro de 2014

Nem sempre sabemos se estamos vivendo um problema ou um dilema.

Um dia um amigo nos disse: - Estou com um problema e não sei o que fazer!

Para sua irritação e constrangimento, recebeu como resposta: - Você não tem um problema, está vivendo um dilema!

Uma forma de perceber em que situação estamos é observar que problema gera angústia, dilema gera confusão.

A angústia faz com que identifiquemos a situação como problema e isso nos faz agir. O incômodo da angústia é o combustível da ação.

Como alerta: Problemas podem ser resolvidos, dilemas apenas podemos aguentar!

No nosso dia-a-dia é repleto de situações que nos levam a conflitos. Com outras pessoas e com nós mesmos. E conflitos só podem ser resolvidos quando transformados em problema.

Estranho? Não! Prático...

Na sua empresa, preste atenção e verá que não faltarão momentos de muita criatividade e também de fantasia.

Digamos que você seja um fabricante de vassouras e um dos membros da equipe tem um projeto muito interessante para construir uma asa-delta. E tem insistido em levar em frente o empreendimento.

O que isso tem a ver com o seu negócio?

Certamente, nada!

Por que você investiria seu capital nessa ideia?

Bom, esse é um caso extremo. Há outros não tão evidentes, mas que se não tratados com o devido cuidado tomarão tempo das equipes e sugarão seu dinheiro.

Pensemos:

A empresa tem um bom sistema de gestão ­ ­-ERP -, mas um dos gestores não gosta do modelo dos relatórios. Veio de outra empresa cheio de ideias e energia, e quer mudar tudo.

Abandonou os recursos que tem atendido a todos e migrou para as planilhas eletrônicas.

O descontentamento é geral, e os conflitos estão na mesa.

Poderíamos desenhar o cenário inverso.

O software de gestão é excelente, mas foi implantado apenas 30% dos recursos. Com isso pouco é utilizado. Nas três tentativas de implantação, os usuários só experimentaram frustrações. Não há uma equipe preparada e disposta a abraçar o projeto. A direção cancelou qualquer tipo de investimento por desencantamento e falta de confiança.

Um dos gestores está desenvolvendo planilhas eletrônicas para suprir as necessidades, mas não encontra apoio para o empreendimento.

Estes cenários colocam na mesa a criatividade. Criatividade em negócios precisa gerar resultados.

E, resultados em negócios são materializados pelos lucros e superávits de caixa. O tempo é relativo, sim. Pode ser no curto, médio ou longo prazos, mas isso precisa ser premissa para investimento. Não pode ser fruto do acaso.

A fantasia é a armadilha da criatividade. Seu efeito ilusório engana e muito.

Pode parecer contraditório, mas a gestão competente da criatividade carrega muita racionalidade.

É fato sim que muitas empresas perderam grandes oportunidades por não aproveitarem ideias geradas ali mesmo, e outras que as abraçaram cresceram em escala geométrica.

Trabalhar em equipe, desenvolver a disposição para ouvir e ver, ir ao mercado para respirar "ar novo", sempre ajudam a tomar decisões. Mas, não abraçar uma ideia e deixar de ganhar é melhor que abraçar e perder.

Gestores de alta performance trabalham no limite de suas competências e é importante reconhecer que nem sempre estamos preparados para tudo.

Em alguns locais, teremos criadores quase imbatíveis, que lideram mercados por décadas. Em outros, os bastões trocam rapidamente de mãos. Isso com brutal concorrência.

Por isso, a criatividade nem sempre produz capas que nos tornam super-heróis capazes de voar. Em muitos momentos, nos deparamos com pura fantasia!

Sobre o autor

Ivan PostigoIvan Postigo é economista, contador, pós-graduado em controladoria pela USP. Vivência em empresas nacionais, multinacionais americanas e européia de lingotamento de aço, equipamentos siderúrgicos, retroescavadeiras e tratores agrícolas, lentes e armações de óculos, equipamentos de medição de calor, pilhas alcalinas, vestuários, material esportivo, refrigerantes, ferramentas diamantadas , cerâmicas, bebidas quentes, plásticos reciclados, hotelaria e injeção de plásticos. Executivo nas áreas fabril, administrativa/financeira, marketing e vendas. Escreve artigos com foco nos aspectos econômicos e de gestão das empresas para jornais e revistas. Desenvolve consultoria e palestras nas áreas mercadológica, contábil/financeira e fabril. Autor do livro: Por que não? Técnicas para Estruturação de Carreira na área de Vendas.

Veja a relação completa dos artigos desta coluna