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A arrogância é o tapete da sala da incompetência

Por Ivan Postigo

Data de Publicação: 23 de Março de 2012

Qualidade de vida está diretamente ligada à competência. Esse não é um atributo desejado apenas no mundo dos negócios.

As boas relações nas famílias e com os amigos também têm em seu alicerce um conjunto de competências.

Competência provoca a magia da simpatia e empatia.

Simpatia significa estar ao lado, ouvir, dar atenção, abrir as portas para a compreensão. Contudo, a simpatia nem sempre traz a solução. Não adianta só dizer à criança que embaixo na cama não há monstro ou ao colaborador que a planilha não é tão complicada de usar. A corrente das boas relações tem os elos das simpatias entrelaçado aos elos das empatias.

Empatia é colocar-se no lugar da pessoa. Ir com a criança espiar embaixo da cama, sentar com o colaborador, enquanto este se esforça no uso da planilha e entendimento do problema, trocando de cadeira se necessário.

Toda relação coloca frente a frente duas pessoas, pelo menos. Esse contato pode ser desejadamente amistoso e amigável, ou indesejadamente turbulento. A soma das experiências e comportamentos é determinante na qualidade das relações.

Falar sobre o homem é refletir sobre seu caráter e personalidade. Caráter é o conjunto de aspectos congênitos que as pessoas possuem desde o nascimento. Já a personalidade se forma com as experiências de vida, que contribuem para formar os modelos mentais.

Competência, como costumamos tratá-la, é o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes que permitem tomar boas decisões e que produzem efeitos favoráveis na condução de questões complexas. Ainda que alguém possa defender a possibilidade de seu uso em sentido negativo, fiquemos com as boas intenções.

O primeiro passo para alcançar a competência é abertura mental, que leva à disposição de aprender. Temos que nos lembrar, sempre, que nossas portas psicológicas só abrem por dentro. O processo de aprendizado e ensino tem um ingrediente que faz o mundo sempre melhor: a generosidade.

Dar uma aula, porque esse é o trabalho que permite ao cidadão uma renda, sem que resulte em aprendizado, não significa ensino. Frequentar um curso para constar em currículum, não significa aprendizado.

Nas duas situações a generosidade não se fez presente. Dessa forma, está concretizada a falência do processo que permite subir a escada do conhecimento. Este, com grande probabilidade, foi afetado pelo vírus que tece o tapete da arrogância. A arrogância é caracterizada pela falta de humildade.

A escada do conhecimento exige, sempre, que os envolvidos desçam alguns degraus para que juntos possam retomar a caminhada. Nesse ponto é que a altivez, a soberba, o orgulho excessivo, a vaidade, impedem que a possibilidade de aprendizado ou a aceitação da ajuda oferecida se tornem elementos de solução.

Estendido o tapete da arrogância, para baixo deste serão varridos as fragilidades e os problemas encontrados na sala da incompetência. Para desconforto de quem a visita, e desespero daqueles que tem a responsabilidade por sua manutenção, quanto maior a sala, maior o tapete.

Sobre o autor

Ivan PostigoIvan Postigo é economista, contador, pós-graduado em controladoria pela USP. Vivência em empresas nacionais, multinacionais americanas e européia de lingotamento de aço, equipamentos siderúrgicos, retroescavadeiras e tratores agrícolas, lentes e armações de óculos, equipamentos de medição de calor, pilhas alcalinas, vestuários, material esportivo, refrigerantes, ferramentas diamantadas , cerâmicas, bebidas quentes, plásticos reciclados, hotelaria e injeção de plásticos. Executivo nas áreas fabril, administrativa/financeira, marketing e vendas. Escreve artigos com foco nos aspectos econômicos e de gestão das empresas para jornais e revistas. Desenvolve consultoria e palestras nas áreas mercadológica, contábil/financeira e fabril. Autor do livro: Por que não? Técnicas para Estruturação de Carreira na área de Vendas.

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