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O grande trunfo da sustentabilidade para tornar a empresa socialmente justa e lucrativa: Competência

Por Ivan Postigo

Data de Publicação: 12 de Março de 2012

Desde muito cedo, ouvimos discursos sobre a salvação do planeta e crescemos com o sonho de nos engajarmos num desses projetos.

À medida que as responsabilidades profissionais nos absorvem, deixamos o romantismo adormecido e praticamos de forma tímida ações nesse sentido.

Algumas pessoas, por suas profissões ou determinação, se envolvem com mais profundidade, criando inclusive associações.

A falta de equilíbrio entre os discursos e os atos está no fato de pessoas, com inscrições em seus carros ou camisetas sobre a salvação do planeta, jogarem nas ruas latas, garrafas de cerveja e outras embalagens.

Nas manhãs de sábado e domingo muitas avenidas encontram-se emporcalhadas com materiais descartados.

O discurso "se beber não dirija" evapora nas compras de bebidas nas lojas de conveniência ; infelizmente, muitas embalagens terminam nas ruas.

Um pouco de equilíbrio não fará mal a ninguém, "salve os golfinhos, mas não atropele os vizinhos", isto também é ecologicamente correto.

Uma vez na empresa, logo na segunda-feira pela manhã, o que podemos fazer a respeito da sustentabilidade se esta não tem nenhum programa?

Desperdício é o tema!

A primeira imagem que nos vem à mente quando falamos em desperdício é a fábrica.

Errado! Temos que pensar na organização como um todo.

Qualquer tipo de desperdício deve ser evitado, mas, por favor, não vá resgatar a velha economia de trocar a caneta vazia pela cheia, onde os controles e tempo de espera custam mais caros para empresa.

O melhor programa para redução de desperdício está na competência.

Pense em competência como um edifício com três pilares:

  1. Conhecimento - Saber o que fazer
  2. Habilidade - Saber como fazer
  3. Atitudes - Querer fazer

Quanto maior nossa competência, mais chances teremos de fazer as coisas certas e bem feitas logo na primeira vez.

Esse é o aspecto fundamental, pois estamos tratando de eficácia ( fazer certo) e eficiência (fazer bem feito).

Ora, também, é a máxima da qualidade total: "Tudo o que merece ser feito, merece ser bem feito".

Na raiz das definições está a eliminação do desperdício.

Problemas evitados significam economias de telefonemas, e-mails, papéis impressos, combustíveis, desgastes de veículos, e outros tantos recursos que usamos e não percebemos.

Veja que ainda não falei em área produtiva, sem dúvidas esta deve fazer parte do programa.

Cada ponto percentual de redução de gastos significa ponto percentual direto no lucro.

Uma ação de redução, com comprometimento de todos, pode gerar resultados surpreendentes.

Vamos a uma situação de fato: Para aumentar a competência da equipe em um projeto, apresentamos um programa de treinamento.

Sabíamos que não teríamos muitas chances de implantá-lo devido aos altos compromissos financeiros da empresa, então propusemos que esse investimento fosse feito com a participação na redução de gastos. A participação seria de 10% da redução destes.

O crédito seria dado à equipe, que o controlaria para aplicar nos cursos do programa negociado.

O valor do crédito realmente se mostrou significativo, os treinamentos foram efetuados e ainda sobrou muito dinheiro.

Interessada em poder usar aquele saldo, a direção optou por bancar os treinamentos futuros, sem que a equipe acumulasse créditos.

Enfim, questionável ou não a atitude, o fato é que a empresa estava, em pouco tempo, organizada, com um visual moderno, socialmente mais justa e lucrativa.

Quando encontro pessoas que abraçaram esse projeto, sempre me perguntam:- Quando vamos trabalhar juntos novamente?

Isso, evidentemente me alegra, mas o que realmente dá enorme satisfação é ouvir: - Fizemos muita coisa e nada parecia difícil!

Claro, fizemos a escolha certa. Optamos pela competência!

Sobre o autor

Ivan PostigoIvan Postigo é economista, contador, pós-graduado em controladoria pela USP. Vivência em empresas nacionais, multinacionais americanas e européia de lingotamento de aço, equipamentos siderúrgicos, retroescavadeiras e tratores agrícolas, lentes e armações de óculos, equipamentos de medição de calor, pilhas alcalinas, vestuários, material esportivo, refrigerantes, ferramentas diamantadas , cerâmicas, bebidas quentes, plásticos reciclados, hotelaria e injeção de plásticos. Executivo nas áreas fabril, administrativa/financeira, marketing e vendas. Escreve artigos com foco nos aspectos econômicos e de gestão das empresas para jornais e revistas. Desenvolve consultoria e palestras nas áreas mercadológica, contábil/financeira e fabril. Autor do livro: Por que não? Técnicas para Estruturação de Carreira na área de Vendas.

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