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O Brasil não exportará produtos, se não exportar conceitos acabados

Por Ivan Postigo

Data de Publicação: 20 de Dezembro de 2011

Quais são os pontos que integram os discursos quando falamos em supremacia de produtos?

Excelência em qualidade e relevância de marca, correto? Estes são os aspectos que dão substância aos produtos chamados Premium.

Ora, por serem Premium merecem uma recompensa. Esta ocorre quando o consumidor se dispõe a pagar por esses produtos preços Premium. Correto, novamente?

O mundo está aberto a essa classe de produtos? Você, certamente, responderia que sim e ainda seria capaz de elaborar uma lista com exemplos.

Pensemos um pouco: isso ocorre por alguma razão especial, não apenas ligada a uma empresa, mas sim a regiões e países.

É importante bater nessa tecla, e se gastar ou quebrar colocaremos outra para continuar batendo. Se isto não for entendido, nunca teremos sucesso em exportação que não seja de matéria bruta!

Quando pensamos em produtos nobres, não nos vêm à mente apenas marcas, mas origens.

Faça uma pequena pesquisa. Para não ficar preso aos seus próprios conceitos, peça a opinião dos amigos. Escolha pelo menos uns dez. Quanto mais, melhor.

Esse raciocínio é interessante e você pode fazê-lo com três colunas: na primeira coloque os produtos, na segunda o país de origem e na terceira a marca.

Experimente com:

  • Bacalhau
  • Vinhos
  • Champagne
  • Queijos
  • Chocolate
  • Calçados
  • Perfumes
  • Whisky
  • Cognac
  • Jeans
  • Câmeras fotográficas
  • Ferramentas
  • Relógios

Bom, estes são apenas alguns itens, elabore sua lista de acordo com seus interesses e curiosidade.

Você notará que as pessoas dão grande valor à origem. Não apenas porque determinados locais são mais ou menos propícios àquela produção, mas porque há um glamour.

Você prefere uma cachaça brasileira ou suíça? Um café brasileiro ou do Alaska?

E que tal um guaraná chinês? Muitos diriam que na China não tem guaraná!

Acredite, já fiz esse teste e as pessoas dizem: prefiro o nosso. E, muitos que experimentaram, sem ter visto o rótulo, acharam estranho o sabor. Mesmo depois de lhes ter mostrado que o guaraná que tomaram era nacional se mostraram incrédulos, e insistiam que tinha alguma coisa diferente.

Por que razão a origem é importante?

A origem tem como testemunha a história!

Esse é um aspecto que as pessoas que buscam produtos Premium valorizam. Estas não são consumidoras, mas fãs.

A degustação, o uso, a exposição de seus Premiums seguem um ritual. O assunto não se restringe ao aroma, ao sabor, ao toque, ao visual, mas ao prazer.

Produtos Premium extrapolam a arte da fabricação porque são prêmios pelo sucesso.

Produtos Premium são símbolos de riqueza, de poder, de metas alcançadas.

Não devemos pensar na riqueza em sentido pejorativo, afinal riqueza é abundância na sociedade em que se vive.

Note, então, que a origem não exporta produtos, mas conceitos. Conceitos acabados, frutos de experiências registradas e contadas com glamour.

A imagem é tão valiosa que a referência, muitas vezes, não se conecta a prédios modernos, mas à fotos amareladas de velhos pioneiros, em galpões precários, ao lado de tonéis desgastados, descalços, pés no chão.

Ali começavam a se formar os conceitos. Hoje, acabados, recebem marcas e são exportadas sob bandeiras de grifes.

E, antes que me esqueça, produto Premium, tem preço Premium e, consequentemente, margem Premium.

E, assim, ou aprendemos ou importamos.

A história, sempre inacabada, ao futuro dirá o que o presente registrou!

Sobre o autor

Ivan PostigoIvan Postigo é economista, contador, pós-graduado em controladoria pela USP. Vivência em empresas nacionais, multinacionais americanas e européia de lingotamento de aço, equipamentos siderúrgicos, retroescavadeiras e tratores agrícolas, lentes e armações de óculos, equipamentos de medição de calor, pilhas alcalinas, vestuários, material esportivo, refrigerantes, ferramentas diamantadas , cerâmicas, bebidas quentes, plásticos reciclados, hotelaria e injeção de plásticos. Executivo nas áreas fabril, administrativa/financeira, marketing e vendas. Escreve artigos com foco nos aspectos econômicos e de gestão das empresas para jornais e revistas. Desenvolve consultoria e palestras nas áreas mercadológica, contábil/financeira e fabril. Autor do livro: Por que não? Técnicas para Estruturação de Carreira na área de Vendas.

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