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Mau atendimento e a elegância perdida

Por Ivan Postigo

Data de Publicação: 09 de Novembro de 2011

Grande parte das queixas dos consumidores não reside nos problemas técnicos e físicos de suas compras, mas na falta de atenção, que sequer os permitem encaminhar a questão devidamente.

Por que empresas que se dedicam a orientar seus funcionários não obtêm o sucesso esperado?

Você mesmo pode verificar o atendimento de sua empresa: ligue ou peça a alguém que faça uma ligação, mande um fax ou e-mail, e acompanhe o processo. Tenho certeza que vai se surpreender.

Telefones tocam sem que sejam atendidos, e-mails ficam sem respostas, isso quando não somos transferidos para inúmeros ramais até que a linha caia ou do outro lado encontremos o mau humor.

Poucos se dão conta, mas você que está fazendo contato é quem garante o emprego de muitos que não o tratam com a atenção devida.

Nas entrelinhas fica a mensagem: "Como você se atreve a reclamar"?

Ora, e porque não: "Como vocês se atrevem a colocar no mercado um produto que me causa prejuízo e me toma tempo em busca de solução"?

Haveria um jeito de minimizar o impacto, não tendo de escolher uma ou outra forma?

Sim, sem a menor dúvida, e o fundamento está na elegância. Por isso, os treinamentos para atendimento pouco resolvem se esta não for observada.

Elegância não tem a ver apenas com o fato de se estar ou não bem trajado, o conceito é bastante amplo.

Elegância é a harmonia pela leveza.

A elegância está nos movimentos das mãos da pianista, que desliza pelas teclas e gera o som, sem esforço, e não provoca ruídos na música.

A elegância está na voz do cantor que encanta, enternece e não agride.

A elegância está nos movimentos do pintor, cujos pincéis criam formas e quase dão vida às imagens.

A elegância está na batida firme no cinzel do escultor, que da pedra tira o excesso, deixando à amostra a figura que ali já "residia".

A elegância está no caminhar da moça que passa, tomando-nos o ar, cujo som, apenas o sopro do vendo ouvimos.

A elegância está no sorriso sincero, no encontro com seu entrevistador ou entrevistado.

A elegância está no "sorriso da voz" que nos acolhe ao telefone.

A elegância está na singela e prazerosa resposta aos e-mails, ainda que tratando de queixas.

A elegância está na cordialidade da recepção e no sincero agradecimento da visita, apenas pelo fato de ser lembrado.

A elegância está na ética, na honestidade, na correção.

A elegância está na simplicidade da condução de soluções que permitem a eficácia e eficiência.

A elegância está na delicadeza e boas maneiras que fazem amigos.

A elegância está na atração que mexe com as pessoas.

A elegância está na emoção que nos motiva a retribuir com carinho e solidariedade.

A elegância é a base da gentileza, da graça, do bom gosto, do refinamento.

Elegância é a sutileza que permite à mulher ser escandalosamente bela.

Paul Valéry dizia que "a elegância é a arte de não se fazer notar, aliada ao cuidado sutil de se deixar distinguir".

A elegância abre os olhos, a mente e o coração. Segundo Ovídio: "É pela elegância que somos seduzidos."

Quando pensar em treinamentos para atendimento, que tal deixar de lado um pouco os procedimentos e manuais e tratar da elegância?

Os costumes da casa têm ido à praça, mas não têm se mostrado elegantes.

Nas empresas, muitos problemas são encontrados pela elegância perdida.

Sobre o autor

Ivan PostigoIvan Postigo é economista, contador, pós-graduado em controladoria pela USP. Vivência em empresas nacionais, multinacionais americanas e européia de lingotamento de aço, equipamentos siderúrgicos, retroescavadeiras e tratores agrícolas, lentes e armações de óculos, equipamentos de medição de calor, pilhas alcalinas, vestuários, material esportivo, refrigerantes, ferramentas diamantadas , cerâmicas, bebidas quentes, plásticos reciclados, hotelaria e injeção de plásticos. Executivo nas áreas fabril, administrativa/financeira, marketing e vendas. Escreve artigos com foco nos aspectos econômicos e de gestão das empresas para jornais e revistas. Desenvolve consultoria e palestras nas áreas mercadológica, contábil/financeira e fabril. Autor do livro: Por que não? Técnicas para Estruturação de Carreira na área de Vendas.

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