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Criação de mercado - O desafio das tribos e comunidades às empresas

Por Ivan Postigo

Data de Publicação: 01 de Fevereiro de 2011

Mercados hoje em dia se formam com conversações e debates muito mais amplos e profundos que há 10 anos .Mercados não são áreas geográficas e setores demográficos, mas consistem sim de seres humanos, com gostos diferentes, opiniões diferentes, que aceitam e rejeitam propostas .

A velocidade com que as informações correm o mundo hoje, com o avanço da eletrônica e o advento da internet, é extraordinária .A internet está permitindo conversações abertas entre populações e formação de opiniões que a mídia de massa não consegue superar .

Essa é a razão de não existir mais uma grande moda e sim várias tendências formando comunidades ou "tribos".

As conversações na internet, porque não considerar intranet também, estão permitindo a troca de informações e conhecimentos e a formação de novas organizações sociais até então não experimentadas .

Para as empresas isso é um enorme desafio, pois os mercados estão ficando cada vez mais informados, organizados e inteligentes .Os consumidores hoje em dia acabam tendo mais informações sobre os produtos que os próprios fornecedores, com isso o discurso das empresas de agregar valor ao produto começa a se tornar obsoleto.

As pessoas não recebem mais as informações estáticas, sentadas em uma sala em frente a tela azul da T.V., mas via internet , de forma dinâmica, onde podem emitir opiniões para milhares de pessoas, quer sejam positivas ou negativas .

Com isso a lealdade a marca, sonho de toda empresa, está sendo renegociado com velocidade extraordinariamente rápida, pois não se pode esquecer que os mercados estão cada vez mais inteligentes e lealdade a marca demanda qualidade de relacionamento entre consumidor e fornecedor.

Os mercados hoje em dia procuram fornecedores que falem sua língua. A fidelidade das "tribos" é com seus membros, os membros dessa comunidade, assim ou a empresa se integra ou deixa de fazer parte com seus produtos .

Falar a língua do mercado é falar a linguagem da comunidade, da "tribo", se estas estiverem dissociadas a empresa não terá mercado .

Os mercados querem falar com as empresas, se estas mantiverem um discurso interno e outro com o mercado estará fadada ao fracasso.Quando a linguagem é diferente, quando o discurso é diferente, o mercado percebe e rejeita .

O mercado dirá a empresa: Você quer nosso dinheiro, então nos dê atenção .Queremos ser ouvidos e quando quiser falar conosco diga algo interessante, saia do lugar comum.

Muitas empresa gastam grandes somas com pesquisa de opinião, mas não ouvem a comunidade, mantém profissionais de relações publicas que não falam com o público, esquecendo-se que as conversações intranet inevitavelmente seguirão para o mercado via internet .

Para estabelecer relacionamentos as empresas terão que falar com as pessoas da comunidade com a qual querem a atenção, não esquecendo nunca que esse local é o mercado .

Pergunte-se: Por que uma comunidade perderia tempo tentando falar com sua empresa com tantas ofertas e oportunidades por ai?

No mínimo ouvira: Ah, está ocupado fazendo negócios e não pode falar conosco,sei.Passaremos mais tarde, ligaremos mais tarde, faremos contato mais tarde, isso se não encontrarmos algo mais interessante ou quem nos dê atenção .

As comunidades e "tribos" tem o real poder e sabem disso, essa verdade as empresas precisam aprender a reconhecer, mas numa velocidade maior do que tem sido imaginada.

Sobre o autor

Ivan PostigoIvan Postigo é economista, contador, pós-graduado em controladoria pela USP. Vivência em empresas nacionais, multinacionais americanas e européia de lingotamento de aço, equipamentos siderúrgicos, retroescavadeiras e tratores agrícolas, lentes e armações de óculos, equipamentos de medição de calor, pilhas alcalinas, vestuários, material esportivo, refrigerantes, ferramentas diamantadas , cerâmicas, bebidas quentes, plásticos reciclados, hotelaria e injeção de plásticos. Executivo nas áreas fabril, administrativa/financeira, marketing e vendas. Escreve artigos com foco nos aspectos econômicos e de gestão das empresas para jornais e revistas. Desenvolve consultoria e palestras nas áreas mercadológica, contábil/financeira e fabril. Autor do livro: Por que não? Técnicas para Estruturação de Carreira na área de Vendas.

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