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Marketing de rede ou rede de marketing?

Por Ivan Postigo

Data de Publicação: 31 de Janeiro de 2011

É interessante como algumas frases são usadas para defesa de pontos de vista e os tornam quase imutáveis.

Não importa se são empresários experientes ou iniciantes, com frequencia, muitos que nos consultam, quando questionamos porque irão abrir uma empresa ou tomar determinadas atitudes para exploração do mercado, respondem: O sol nasceu para todos.

Os avanços tecnológicos, a globalização, a terceirização inundaram o mercado de produtos. Você os encontrará com excelentes qualidades até aqueles que deveriam ser retirados do mercado por duas razões: São tão ruins que não aguentam o primeiro uso e apenas estão gerando mais lixo no planeta.

É verdade que os empreendimentos podem ser de revenda, portanto estariam apenas criando maiores condições de acesso ao consumidor e, pela concorrência, reduzindo os preços.

Excelente, então uma grande vantagem, porque não incentivá-los?

Tivesse você uma indústria e visse seus preços despencarem, sem que pudesse agir no mercado com contundência, que atitudes tomaria? Certamente enxugaria tudo que pudesse na estrutura, remexendo custos diretos, indiretos e fixos.

Caso, ainda assim, não pudesse competir quais seriam os próximos passos? Simplificar o produto, evitar operações que estivessem gerando custos e o mercado não reconhecesse e recompensasse, trocar matérias-primas, substituindo-as por materiais menos custosos.

Isso está meio estranho, não está?

Andaram mexendo na qualidade? Exatamente!

A percepção de qualidade para quem fabrica é diferente da percepção de quem consome.

Há detalhes técnicos que dificilmente o consumidor, que não seja um especialista, perceberá.

Temos aparelhos eletrônicos com controle remoto com tantas funções que poucos sabem para que serve, e veja que no fabricante há uma equipe preocupada com os mínimos detalhes.

A indústria também vê a necessidade de ser seletiva para quem vende, evitando gerar concorrência predatória.

Considere uma rua de comércio com dez lojas de vestuários. Para o gestor inexperiente uma mina de ouro.

Imaginemos que consiga colocar seus produtos em todas na primeira visita. No dia seguinte as vitrines estarão exibindo sua coleção.

Alguns dias depois começa a guerra de preços. Algumas semanas mais tarde poucos receberão nosso gestor, afinal seus produtos não deixam margens interessantes para seus revendedores.

Uma lição que fornecedores devem aprender e precisa ser lembrada é que revendedores criaram seus negócios, como o próprio nome diz, para vender produtos e não para comprar. O sucesso destes determinará o seu sucesso.

Cuidar desse negócio é fundamental para a manutenção e perpetuação da relação comercial.

O fornecedor que alcança o consumidor, via revendedor, acaba se distanciando dos acontecimentos, mas deve se lembrar que a rede que revende seus produtos são seus porta-vozes. Quanto mais próximo do consumidor, mais próximo da realidade.

Empresas que trabalham com marketing de rede estão mais expostas aos fatos.

Marketing de Rede é um sistema de distribuição que movimenta bens e serviços do fabricante diretamente para o consumidor, por meio de uma rede de distribuidores independentes. Não existem atacados e grandes distribuidores intermediando a empresa fabricante do produto e o consumidor final. O único intermediário é o distribuidor independente que é uma pessoa física sem vínculo empregatício.

Sua organização pode não ter adotado essa sistemática, isso não o desobriga a estar próximo do consumidor para ouví-lo, o máximo que puder. Impregnar as paredes da sua empresa com a voz do consumidor fará com que sua organização esteja voltada para o mercado.

Ainda que você não tenha que gerenciar o marketing de rede, por não tê-lo adotado, há uma rede de marketing que precisa ser alimentada.

Você que é empresário, gestor comercial pode continuar defendendo sua tese, observando um pequeno detalhe: o sol nasceu para todos, a sombra não!

Sobre o autor

Ivan PostigoIvan Postigo é economista, contador, pós-graduado em controladoria pela USP. Vivência em empresas nacionais, multinacionais americanas e européia de lingotamento de aço, equipamentos siderúrgicos, retroescavadeiras e tratores agrícolas, lentes e armações de óculos, equipamentos de medição de calor, pilhas alcalinas, vestuários, material esportivo, refrigerantes, ferramentas diamantadas , cerâmicas, bebidas quentes, plásticos reciclados, hotelaria e injeção de plásticos. Executivo nas áreas fabril, administrativa/financeira, marketing e vendas. Escreve artigos com foco nos aspectos econômicos e de gestão das empresas para jornais e revistas. Desenvolve consultoria e palestras nas áreas mercadológica, contábil/financeira e fabril. Autor do livro: Por que não? Técnicas para Estruturação de Carreira na área de Vendas.

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