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O céu pode esperar a vida não.

Por Ivan Postigo

Data de Publicação: 07 de Janeiro de 2011

Vamos todos morrer!

Quando digo isso ouço: - Que medo!

Chamo as pessoas que usaram essa expressão e digo: - Vamos fazer um vôo panorâmico sobre uma das mais belas imagens brasileiras, as Cataratas do Iguaçu?

Resposta: - Que medo!

Medo de novo?

Há muito medo para uma vida tão curta...

Medo do primeiro baile, da primeira dança, de voar, de viajar de trem, do primeiro namoro, do primeiro beijo, do primeiro filho, do primeiro dia na escola, do último dia na terra!

Sabe o que a gente descobre refletindo sobre esse assunto?

Nosso medo não é da morte, temos medo é da vida. Um enorme medo de morte da vida!

Para que viver tanto se não somos capazes de aproveitar nossos dias? Relembra-nos uma sábia observação que "importante não é quantos anos você terá de vida, mas quanta vida terá nesses anos".

Mortos, não sabemos se vamos subir, descer ou passar para o outro lado. A passagem nos transformará em espírito de luz, vagaremos sob lençóis ou, quem sabe, arrastaremos correntes?

De concreto temos o fato de que este ciclo um dia acabará. Que medo!

Pessoas podem lhe dizer que coisa mais lúgubre, sinistra, mas esses fatos fazem com que nos lembremos de dar um sentido de urgência aos atos na vida.

Pense um pouco e me responda: - Quantas pessoas você encontra que lhe diz "estou me matando de trabalhar e mal consigo pagar as contas"?

Trabalhar dessa forma não assusta, mas diga-lhe: - Proteste, exija seus direitos!

Sabe o que você ouvirá? Que medo!

Temos uma ordem de fatores que nos penaliza brutalmente e não questionamos. Lamentamos, mas aceitamos.

Veja, deveríamos trabalhar para obter renda para nosso sustento. Ao gastarmos pagaríamos impostos. O que ocorre?

Trabalhamos, com isso geramos renda, pagamos impostos, só depois podemos gastar o que sobrar. Ao gastar pagamos impostos novamente!

Por que pagar tantos impostos? Muitos dirão à vocês : - Para obras em benefício do povo!

Lamento informá-los, mas a história, em todos os cantos do planeta, mostra que uma pequena parte é para obras, o grosso sustenta as farras palacianas. Muito dinheiro aplicado para atender o interesse de poucos e dos eleitos.

Como diz George Orwell em sua obra A revolução dos bichos: "Todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais do que outros."

Ao ver as pessoas indignadas com o descaso dos governantes com o dinheiro digo: -Protestem, contestem!

Vozes em uníssono respondem: - Que medo!

O que tem feito com que o homem se mate de trabalhar e não obtenha os benefícios esperados não é a ignorância, mas a negligência.

Note que num primeiro momento desconhecemos nossos direitos, mas não demora para que alguém, aos nos ouvir reclamar, nos dê algumas dicas e pistas, às quais damos pouca importância. Ao continuarmos reclamando recebemos novas informações que nos permitem refletir e verificar que já temos conhecimentos suficientes para agir, mas negligenciamos.

Escolhemos mal nossos representantes no governo, não por que nos faltem informações, mas porque tratamos o assunto com desleixo. Estes votarão pelo aumento de impostos, para pagá-los nossos esforços farão com que nos matemos de trabalhar.

Faça uma continha boba, simples;

Pagamos mais de 40% de impostos sobre nossos rendimentos.

Transforme os rendimentos em dias.

O ano tem 365 dias. Esqueça o ano bissexto.

Isso significa que, pelo menos, 40% dos dias entregamos para o governo.

Esse cálculo mostra que, grosso modo, 148 dias do ano, nos são retirados. Com lamúrias sim, com contestação não!

O que fazemos para recuperar uma parte? Trabalhamos mais, cedendo, também, uma parcela dos novos rendimentos ao governo.

Não está na hora de pararmos de nos matar de trabalhar, afinal o céu pode esperar, mas a vida não?

Vamos protestar?

Que medo!

Sobre o autor

Ivan PostigoIvan Postigo é economista, contador, pós-graduado em controladoria pela USP. Vivência em empresas nacionais, multinacionais americanas e européia de lingotamento de aço, equipamentos siderúrgicos, retroescavadeiras e tratores agrícolas, lentes e armações de óculos, equipamentos de medição de calor, pilhas alcalinas, vestuários, material esportivo, refrigerantes, ferramentas diamantadas , cerâmicas, bebidas quentes, plásticos reciclados, hotelaria e injeção de plásticos. Executivo nas áreas fabril, administrativa/financeira, marketing e vendas. Escreve artigos com foco nos aspectos econômicos e de gestão das empresas para jornais e revistas. Desenvolve consultoria e palestras nas áreas mercadológica, contábil/financeira e fabril. Autor do livro: Por que não? Técnicas para Estruturação de Carreira na área de Vendas.

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