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Confiança e a excelência nas relações

Por Ivan Postigo

Data de Publicação: 03 de Janeiro de 2011

O que é confiança?

Como se forma?

É algo inato ou adquirido?

Maria diz: - Eu confio em todo mundo. Para mim todos são confiáveis, até que provem o contrário! José já não. Confia sempre desconfiando.

E João? Esse por causa de alguns percalços nos negócios é cético. Claro e direto dispara quando lhe perguntam: - Não confio em ninguém.

Pedro tem uma escala, com apenas duas graduações: menos de oito ou oitenta.

— Pedro, você acha que a Marisa é de confiança? Sem pestanejar responde: - Cem por cento.

— E o Carlos?

— Não sei, prefiro não responder.

Confiança tem como irmandade a certeza, fidúcia, fé, veracidade, crença, crédito, aos quais têm profundo afeto, e como opositores e desafetos a dúvida, a suspeita e o descrédito.

Relações são construídas por elos que formam uma corrente. Podemos, então, dizer que confiança é o material que os compõem e que se espera suportem enormes pressões?

Sendo confiança esse material, é previamente testado?

Tenho a impressão que há pessoas que os testam antes, outros nunca, e alguns, algumas vezes.

Haveria formas de testá-lo e certificá-lo para que tivéssemos segurança na sua aplicação?

Um certificado tipo "ISSO 100 %"?

O homem sempre valorizou a confiança, mesmo aquele cujo comportamento é questionável.

Para o homem de bom caráter confiança é um paradigma, para o mau caráter um paradoxo.

Aceitas essas premissas, porque razão sobram exemplos de péssimas escolhas nas amizades, governantes, legisladores, colaboradores?

Por que razão povos seguiram e apoiaram ditadores sanguinários? E seguirão!

Quantos Calígulas ainda farão história?

Por que homens se matam em nome do mesmo Deus Justo e Fiel? Onde falta confiança?

Enquanto um domador apresentava seu enorme tigre em um programa de auditório e um dos integrantes o acariciava, o apresentar perguntou: - O tigre é de confiança?

O domador respondeu: - Um tigre é sempre um tigre!

Não sei o que ele quis dizer, mas minha leitura foi: - Tigre não é de confiança!

Nunca mais cheguei perto desse bicho. Já tinha um pouco de cisma, pois em um parque já fora recebido por um jato de urina ao estalar do chicote. Aquilo me pereceu um aviso: "Não se aproxime!"

Você pode me perguntar: - Que diabos você estava fazendo perto do bicho?

Ora, nunca foi curioso e confiou nas pessoas?

Quando conto essas histórias amigos me dizem curioso sim, maluco não!

Bom, quem sabe eu não tivesse uma maluca curiosidade. Parei com isso. Pode confiar!

Já caí de cavalo e corri de cachorro porque acreditei quando o dono disse: Ele é manso, pode confiar!

Você não costuma acreditar? Talvez seja melhor mesmo.

Parece, realmente, que confiança é o ato de deixar de analisar se um fato é ou não verdadeiro, aceitando a informação e simplesmente considerando-a correta.

Ao aceitá-la teremos surpresas boas e más, ainda que, desconfiados, tentemos avaliar a situação previamente.

Gosto desta explicação sobre a origem da palavra confiança:

Confiar é transformar fibra em fio. Fiar, uma tarefa complexa e difícil, era um trabalho executado em grupo que exigia parceria e colaboração.

O homem, ao exercitar a confiança, ainda que possa se mostrar muitas vezes irracional, não pode abusar da própria ingenuidade para que possa alcançar a excelência nas suas relações.

Sobre o autor

Ivan PostigoIvan Postigo é economista, contador, pós-graduado em controladoria pela USP. Vivência em empresas nacionais, multinacionais americanas e européia de lingotamento de aço, equipamentos siderúrgicos, retroescavadeiras e tratores agrícolas, lentes e armações de óculos, equipamentos de medição de calor, pilhas alcalinas, vestuários, material esportivo, refrigerantes, ferramentas diamantadas , cerâmicas, bebidas quentes, plásticos reciclados, hotelaria e injeção de plásticos. Executivo nas áreas fabril, administrativa/financeira, marketing e vendas. Escreve artigos com foco nos aspectos econômicos e de gestão das empresas para jornais e revistas. Desenvolve consultoria e palestras nas áreas mercadológica, contábil/financeira e fabril. Autor do livro: Por que não? Técnicas para Estruturação de Carreira na área de Vendas.

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