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Enfrentando a falência.

Por Ivan Postigo

Data de Publicação: 21 de Abril de 2010

A palavra falência assusta a todos nós não?

Realmente nos preocupa de fato ou é mais uma daquelas coisas que a gente acha que nunca nos atingirá?

Falir quer dizer não ter com que pagar os credores, mas também fracassar.

Fazem parte do nosso vocabulário frases como "o sol nasceu para todos", "no mercado há lugar para todo mundo", como garantias de sucesso.

Imaginemos uma densa floresta. Uma planta para sobreviver tem que tomar sol. Para isso deve crescer mais do que as outras ao seu redor, ou se postar no topo das árvores, senão irá à falência.

Muitas perecem enquanto sementes, outras não obtêm sucesso no processo de crescimento.

E o corpo humano?

Oxigênio! Isso é fundamental!

Pode lhe dar tudo, mas se faltar oxigênio... Falência!

Só isso? Não, se o coração der uma paradinha ou faltar sangue... Falência!

Assim, sem avisos? Dificilmente.

Sempre há alguns sinais como febre, tonturas, dores.

Aqueles que se importam e reagem aumentam as chances de sobrevivência, senão... Falência!

E as empresas, o que precisam?

Vender, produzir, receber, gerar saldo positivo de caixa senão... Falência!

Na empresa também podemos observar sinais quando há problemas? Sim.

E como podemos medi-los?

Via balanço e controle de caixa.

Ora, mas e se a empresa não os tiver?

Qual é a primeira atitude dos médicos ao consultá-lo?

Medem a pressão e checam a temperatura. Por que você faria diferente na gestão da sua empresa?

Se você não tem esses recursos é melhor contratar alguém que realmente saiba o que está fazendo. Você não aceitaria ser tratado por um médico que negligenciasse esses "detalhes", aceitaria?

Já imaginou o médico lhe dizendo: Senhor Silva, acho que vou lhe dar umas aspirinas. Devem resolver, eu não tenho como verificar sua temperatura e medir sua pressão!

Quando começa a lhe faltar ar o que você faz?

Vai, imediatamente, em busca de um lugar arejado não é? Onde possa apanhar ar puro!

Por que seria diferente para a sua empresa?

Sempre que pode você não evita lugares abafados, onde há milhares de pessoas ofegantes?

Por que razão então coloca sua empresa competindo em mercados saturados, onde o oxigênio e o sol são escassos?

Por que todos estão lá?

Mas você não acabou de concordar que evita lugares abafados?

A exploração de oportunidades de mercado exige três competências:

a) Competência para entrar;

b) Competência para permanecer;

c) Competência pra sair.

A falta de competência para sair tem enterrado fortunas. Empresários perdem dinheiro por não desenvolverem essa competência.

Um resumo de casos comuns no mercado:

Mister X estava enfrentando uma brutal concorrência de produtos nacionais e importados chineses. Os preços haviam caído substancialmente de uma hora para outra e ele havia tomado uma decisão: Não colocar mais um centavo no negócio.

Resolveu vendê-lo e estabeleceu um valor mínimo.

Depois de meses de conversa a melhor oferta era metade valor pretendido.

Mister X resolveu não aceitar. A situação se complicou e quando resolveu procurar os pretendentes estes já tinham investido em outra organização

Desesperado nosso empresário entregou a empresa pelo valor da dívida.

Em situações de saída às vezes é melhor perder um pouco que tudo.

Como se enfrenta uma falência com tantas variáveis em jogo?

Com competência de gestão.

Não deixe a situação da sua empresa se deteriorar. Se chegar ao ponto em que uma concordata precisa ser requerida, e os sinais de fracasso se tornam evidentes, os melhores funcionários, clientes, fornecedores e agentes financeiros, deixarão o ambiente abafado em busca de lugares mais arejados.

E não adianta reclamar e culpá-los. Eles estão apenas se prevenindo para não ter que enfrentar a própria falência.

Falência é um fator regulador de mercado. Quando há excesso de ofertas, as empresas mais frágeis acabam sendo eliminadas.

E você, como tem tratado este assunto?

Ah, ele jamais o alcançará?

Alô! Sim. Quem?

Que pena... .Faliu?

Sobre o autor

Ivan PostigoIvan Postigo é economista, contador, pós-graduado em controladoria pela USP. Vivência em empresas nacionais, multinacionais americanas e européia de lingotamento de aço, equipamentos siderúrgicos, retroescavadeiras e tratores agrícolas, lentes e armações de óculos, equipamentos de medição de calor, pilhas alcalinas, vestuários, material esportivo, refrigerantes, ferramentas diamantadas , cerâmicas, bebidas quentes, plásticos reciclados, hotelaria e injeção de plásticos. Executivo nas áreas fabril, administrativa/financeira, marketing e vendas. Escreve artigos com foco nos aspectos econômicos e de gestão das empresas para jornais e revistas. Desenvolve consultoria e palestras nas áreas mercadológica, contábil/financeira e fabril. Autor do livro: Por que não? Técnicas para Estruturação de Carreira na área de Vendas.

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