você está aqui: Home  → Colunistas  →  Construindo o Futuro

 

De acordo com as Leis 12.965/2014 e 13.709/2018, que regulam o uso da Internet e o tratamento de dados pessoais no Brasil, ao me inscrever na newsletter do portal DICAS-L, autorizo o envio de notificações por e-mail ou outros meios e declaro estar ciente e concordar com seus Termos de Uso e Política de Privacidade.


As asas de Ícaro de empresas de sucesso.

Por Ivan Postigo

Data de Publicação: 14 de Dezembro de 2009

A natureza nos mostra sempre que organização é fundamental para obtenção de resultados.Organização, mantendo a sintonia e equilíbrio entre as partes.

Boas sementes, solo apropriado, sol e água, nas medidas certas, produzem boas colheitas.

Quando esses fatores não são observados ou há desequilíbrio os resultados não são favoráveis.

Uma lição simples, tratando do óbvio, mas os homens a esquecem em momentos de grande prosperidade.

A incapacidade de manter a ordem estabelecida levou civilizações avançadas e prósperas à ruína.

O Japão, um arquipélago, unindo a sua disciplina aos conceitos de organização, defendidos por pensadores de gestão como Demin e Juran, pode criar uma extraordinária economia e empresas de alta tecnologia, valorizando conceitos de qualidade total.

Entre muitos princípios que possam ser destacados nesse programa um estabelece a sua essência: Fazer o básico bem feito.

Qualidade total nada mais é que a observação rigorosa dos passos fundamentais para o desenvolvimento de qualquer tarefa.

As grandes ondas na área de administração, como conceitos de parceria, técnicas de negociação ganha-ganha, networking, são manifestações do homem na tentativa de resgate de princípios básicos que estes esquecem.

Essa iniciativa ocorre de tempos em tempos e surge sempre com novas roupagens.

Como nos diz o Vedas : "A verdade é uma só, mas os sábios falam dela sob muitos nomes"

A divisão do trabalho, que traz prosperidade, também induz à maior concorrência interna nas empresas, provocando riscos de desorganização.

Os homens, quando não se sentem ameaçados por forças externas, consciente ou inconscientemente, decidem mais para ter razão do que para gerar resultados.

Grandes conquistadores foram derrotados não por falta de informação e conhecimento, mas por não admitirem ser, naquele momento, menores do que as circunstâncias, negligenciando os conceitos de organização.

A quantidade de empresas centenárias é pequena, justamente pela falta de observância das forças concorrentes.

É fato que algumas, aparentemente, não representam grande perigo e são negligenciadas pelos maiores especialistas no assunto.

É muito comum observarmos que empresas que causaram importantes transformações no mercado e passaram a ocupar uma posição de destaque não foram notadas, a princípio, pois se fossem rapidamente seriam combatidas.

Neste momento, empresas e idéias que provocarão grandes revoluções não nasceram ainda, ou são muito pequenas e não chamam a atenção.

Aquelas que estão no topo do podium têm resistência para mudar o foco, já que tudo corre bem, e disputam o mercado com concorrentes que seguem filosofias bastante parecidas de negócios.

A tendência é seguir o líder, portanto mudanças de rumo são pouco cogitadas.

As idéias e projetos que levaram o líder àquela posição rapidamente são copiadas e oferecidas a preços menores, com algumas vantagens adicionais, afinal quem pagaria pela cópia o preço do original.

Dessa forma, para o líder, a vantagem competitiva inicial deixa de ser suficiente para sustentação de sua posição no lugar mais alto do ranking. É importante lembrar, como diz o velho jargão: "Quanto mais próximo sol, mais alta a temperatura".

As empresas, como Icaro, descobrirão que suas asas de cera não poderão sustentá-las quando o calor da concorrência atingi-la.

Conta a lenda que Icaro, encantado com o sol, querendo se aproximar deste, voou alto sem se importar com o fato de que as suas asas eram feitas de penas, amarradas com fios e fixadas com cera.

Assim são muitas empresas, estabelecem suas trajetórias de vôo, com frágeis asas, que não as sustentam quando o calor aumenta.

Os concorrentes dessas empresas estão dentro de suas próprias instalações, se debatendo por aceitação e acolhimento de suas idéias, pouco se importando com o desequilíbrio entre as áreas.

Um único homem jamais será semente, solo, sol e água, mas um dos componentes, que deve trabalhar em conjunto com os demais.

Sobre o autor

Ivan PostigoIvan Postigo é economista, contador, pós-graduado em controladoria pela USP. Vivência em empresas nacionais, multinacionais americanas e européia de lingotamento de aço, equipamentos siderúrgicos, retroescavadeiras e tratores agrícolas, lentes e armações de óculos, equipamentos de medição de calor, pilhas alcalinas, vestuários, material esportivo, refrigerantes, ferramentas diamantadas , cerâmicas, bebidas quentes, plásticos reciclados, hotelaria e injeção de plásticos. Executivo nas áreas fabril, administrativa/financeira, marketing e vendas. Escreve artigos com foco nos aspectos econômicos e de gestão das empresas para jornais e revistas. Desenvolve consultoria e palestras nas áreas mercadológica, contábil/financeira e fabril. Autor do livro: Por que não? Técnicas para Estruturação de Carreira na área de Vendas.

Veja a relação completa dos artigos desta coluna