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A síndrome brasileira à negligência à normas e procedimentos

Por Ivan Postigo

Data de Publicação: 26 de Novembro de 2009

Somos um povo "terrivelmente" criativo, isto não deixa de ser observado por qualquer profissional estrangeiro que nos visite e conviva conosco uma semana, contudo chama a atenção também a nossa disposição para a inobservância a normas e procedimentos.

Vivemos o que chamo de síndrome de voluntariedade.

Achamos sempre que podemos resolver tudo sozinhos, da nossa maneira, desde projetos mais complexos até no jogo de futebol de casados e solteiros.

A grande vantagem de se estabelecer normas e procedimentos nas nossas empresas é que estas escravizam o trabalho, determinando a forma como este deve ser feito e por quem, caso contrário teremos debates todos os dias sobre incorreções de acordo com pontos vistas variados.Na rotina do dia-a-dia escravizamos o trabalho ou este nos escraviza.

Empresa sem uma organização definida é um caos diário.

Como diz um amigo que trabalha com sistemas: As equipes de uma empresa sem normas e procedimentos aceitos e observados não encorpam.

Quando se sabe exatamente o que fazer e como fazer as tarefas são realizadas com maior agilidade, com menos erros, com melhor comunicação, geram menos dúvidas e questionamentos, com isso tornam as pessoas mais produtivas, geram menos custos, menos desperdícios e ganhos para todos.

A voluntariedade coloca em questão dois aspectos nas organizações:

Poder e autoridade.

Quem tem poder tem o governo e pode delegar autoridade a uma outra pessoa na organização.

Autoridade delegada permite que a pessoa que foi investida desta fiscalize e determine que as normas estabelecidas sejam cumpridas, portanto a quebra de autoridade não pode ser admitida sob o risco de não observância dos acordos firmados. Ë muito comum encontrarmos empresas onde a palavra final é do comandante supremo da organização, de forma que nenhuma autoridade foi de fato delegada. Podemos observar então que há duas formas de gestão: Por poder e por delegação, ou poderíamos chama-la de centralizada e descentralizada.

A gestão por poder apresenta a tendência de inobservância às normas pela própria dificuldade de uma única pessoa ou pequeno grupo observar todas as regras estabelecidas e ainda pela pouca disposição dos comandados ao confronto.

A gestão por delegação permite que mais pessoas participem e questionem atitudes, provocando correções mais freqüentes às fugas aos acordos estabelecidos e definidos como normas e procedimentos da companhia.

Há a tendência da gestão pelo poder atender mais a interesses próprios que o coletivo, gerando desconforto na organização e descaso às normas pelos grupos que se sentem prejudicados e sem autoridade para agir.Na luta pelo poder quem ganha passa a ser o responsável pelo atendimento às carências e isso poucas vezes é entendido corretamente.

A gestão pelo poder, regra geral, leva a debandada dos grandes talentos que buscam locais e empresas onde possam de fato ter suas competências observadas e reconhecidas

Normas e procedimentos além de organizar a empresa também a torna mais transparente, cria canais de comunicação com menos ruídos e facilita a negociação entre áreas.

A natureza é o melhor de exemplo, pois repete-se de forma "aborrecida", aperfeiçoando-se ao longo dos anos.

A falta de chuva, de uma boa adubação, de sementes de qualidade, de um bom terreno, certamente nos impedirão de colher safras interessantes .Cada elemento cumpre seu papel com a autoridade que lhe cabe.

Por que seriam nossas empresa diferentes.Em tempo de ecologia, um exemplo para não ser negligenciado.

Há como questionar?

Sobre o autor

Ivan PostigoIvan Postigo é economista, contador, pós-graduado em controladoria pela USP. Vivência em empresas nacionais, multinacionais americanas e européia de lingotamento de aço, equipamentos siderúrgicos, retroescavadeiras e tratores agrícolas, lentes e armações de óculos, equipamentos de medição de calor, pilhas alcalinas, vestuários, material esportivo, refrigerantes, ferramentas diamantadas , cerâmicas, bebidas quentes, plásticos reciclados, hotelaria e injeção de plásticos. Executivo nas áreas fabril, administrativa/financeira, marketing e vendas. Escreve artigos com foco nos aspectos econômicos e de gestão das empresas para jornais e revistas. Desenvolve consultoria e palestras nas áreas mercadológica, contábil/financeira e fabril. Autor do livro: Por que não? Técnicas para Estruturação de Carreira na área de Vendas.

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