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Os "powerpôinticos" anônimos

Por Carlos Nepomuceno

Data de Publicação: 14 de Fevereiro de 2009

Não se espantem se criarem um novo grupo de mútuo-ajuda denominado os "powerpointicos" anônimos. Power Point demais, pode matar.
Power Point demais, pode matar.

Daquele pessoal que acorda tremendo de manhã, já com a meta de enviar dez Power Points para todos os seus amigos.

São portadores de um tipo de compulsão contemporânea, que precisam "levar uma mensagem" qualquer ao mundo e, principalmente, a todos os seus irritados amigos. Ajude um webchato a achar seu grupo de mútuo-ajuda.

Ajude a seu amigo a encontrar o seu grupo de mútuo-ajuda....

Amizade é....

Deus é....

As baleias precisam...

Os esquilos necessitam....

E por aí vai.

Mas note que estamos em uma guerra.

A guerra contra o excesso da informação.

Todos em trincheiras, lutando contra o fluxo gigantesco da informação para gerar relevância.

Nessa luta inglória existem algumas armas fundamentais:

O problema daqueles que acham que tem uma missão na terra e a Internet é seu espaço de evangelização acabam por se transformar em mais um inimigo.

O que clamamos é por relevância.

Que se alguém quer nos mandar algo, que olhe para nossa vida, nosso histórico, que seja algo realmente relevante.

Estes são os amigos de fé.

Notem que já temos o próprio ambiente, os spammers e é inconcebível que tenhamos que também os amigos-compulsivos-do-Power-Point atirando na nossa nuca.

E o que fazer contra essa doença?

Tecla DEL? Silêncio? Um toque (quase sempre infrutífero) para os que têm TOC (Transtorno obsessivo compulsivo)?

Talvez seja a hora de se criar os grupo dos "powerpôinticos" anônimos e cada um deles o fundamental primeiro passo.

Sou impotente diante da minha doença e preciso de ajuda....

Leva fé que tem cura

Só por hoje não vou mandar Power Point para meus amigos.

Só por hoje, só por hoje......

Que dizes?

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Sobre o autor

Carlos Nepomuceno é Doutorando em Ciência da Informação pela Universidade Federal Fluminense é consultor e jornalista especializado em Tecnologia (Informática e Internet), com larga experiência em projetos nestas áreas. Foi um dos primeiros webmasters do Brasil. Atualmente, presta consultoria permanente para as seguintes instituições: Petrobras, IBAM e Sebrae-RJ. É professor do MBA de Gestão de Conhecimento do CRIE/Coppe/UFRJ, com a cadeira "Inteligência Coletiva" e coordenador do ICO - Instituto de Inteligência Coletiva.

É autor, com Marcos Cavalcanti, do livro O Conhecimento em Rede Publicado pela Campus/Elsevier, é o primeiro livro no Brasil a discutir a WEB 2.0, a levantar paradigmas quanto à inteligência coletiva e a mostrar, na prática, como implantar projetos desta natureza. O livro trata desta nova revolução cultural, social e tecnológica a que todos estamos expostos.

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