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Os blogs vieram para iluminar a sombra

Por Carlos Nepomuceno

Data de Publicação: 24 de Novembro de 2008

Há uma sabedoria e um equilíbrio entre todas as novas e velhas mídias. Os blogs mais destacados atuam bem em algum tipo de sombra, cumprindo um papel de pequena lanterna que dá luz ao todo.

Quanto mais somos no planeta, mais necessidades temos de comer, vestir, morar, consumir. Isso nos leva a necessidades de informação e comunicação para preencher esses desejos.

Mais ações são colocadas na roda do mundo e mais fatos ocorrem.

Os meios de comunicação e de informação tentam, ao longo dos séculos, dar conta desse grande universo demandante. Na incapacidade de resolver o problema de uma forma, pula para outra, criando novas camadas de inteligência.

A mídia tradicional (rádio, TV, jornais~E) era completamente ineficaz de cobrir tudo que acontecia nos quatro cantos do planeta.

Os fatos, os detalhes, os nichos, os pontos de vistas eram muito maiores, diversos e amplos do que o volume de microfones, câmeras e bloquinhos dos jornalistas permitiam.

A rede veio cumprir esse novo papel: iluminar as sombras deixadas pela mídia tradicional, permitir que novas idéias entrassem na roda e gerar debates entre pessoas, compatibilizando o volume de cabeças pensantes com o ambiente de conhecimento disponível.

Como mostra a figura abaixo, na qual o off-mídia (produção independente de usuários ou grupos de usuários), agregando relevância ao planeta:

Assim, um blog eficiente não é aquele que tenta ser um espaço a mais onde a mídia coloca luz, mas deve procurar trabalhar nas sombras, nas brechas que essa deixa.

Ou caminha para uma especialização, ou apresenta um novo ponto de vista, ou dá detalhes que os outros meios não conseguem, entrando na roda da informação relevante, aumentando o significado e gerando valor.

Um blog que repete é barulho, ruído, sem valor e tende a ser ignorado pelo público, que vai procurar a sombra do off-mídia.

Há em cada leitor a procura de um balanço e uma necessidade de preencher as suas necessidades de informação, com relevância para que possa tomar as decisões e seguir adiante.

Toda vez que uma nova mídia, seja blog, Twitter, listas de discussão ou o que seja, não vem para agregar luz à sombra, tende a ser ignorada, pois entra no rol dos ruídos.

Quem tem Twitter, por exemplo, e passa a seguir alguém espera que aquela pessoa ao dizer onde está e o que está fazendo, lhe dará dicas importantes e preciosas, no caso da procura por interesse profissionais.

Mas se o cara twitta de um engarrafamento, que está com fome, que comeu farofa, o que isso está trazendo luz à sombra?

É mais um a trazer barulho, onde queremos silêncio e bons toques~E.

Há uma sabedoria e um equilíbrio entre todas as novas e velhas mídias.

Se você observar os blogs com trânsito verá que eles estão atuando muito bem em algum tipo de sombra, cumprindo um papel de pequena lanterna que dá luz ao todo, seja informando na escuridão, ou juntando diversas partes, que mesmo na luz, não faziam sentido.

O objetivo de agregar informação ao mundo, é sempre de levar relevância, o resto é entropia.

Essa é a nova dialética em que estamos: mais vale o silêncio do que a abobrinha. E quando vem a abobrinha, que seja de uma forma a colaborar na salada.

Estamos na passagem do mundo da escessez (quem gosta do termo é o Clay Shirkjy) para a abundância e temos que ser sábios em agregar para complementar e não para gerar ruído.

E essa capacidade de transitar sempre gerando valor, é o que fará a diferença no mundo atual e futuro, seja uma pessoa, ou empresa, ou país.

O texto é um amadurecimento de outros posts do meu blog, especialmente o artigo Jogando conversa fora sobre blogs.

Nepomuceno Blog: www.nepo.com.br twitter: cnepomuceno skype: cnepomuceno1

Sobre o autor

Carlos Nepomuceno é Doutorando em Ciência da Informação pela Universidade Federal Fluminense é consultor e jornalista especializado em Tecnologia (Informática e Internet), com larga experiência em projetos nestas áreas. Foi um dos primeiros webmasters do Brasil. Atualmente, presta consultoria permanente para as seguintes instituições: Petrobras, IBAM e Sebrae-RJ. É professor do MBA de Gestão de Conhecimento do CRIE/Coppe/UFRJ, com a cadeira "Inteligência Coletiva" e coordenador do ICO - Instituto de Inteligência Coletiva.

É autor, com Marcos Cavalcanti, do livro O Conhecimento em Rede Publicado pela Campus/Elsevier, é o primeiro livro no Brasil a discutir a WEB 2.0, a levantar paradigmas quanto à inteligência coletiva e a mostrar, na prática, como implantar projetos desta natureza. O livro trata desta nova revolução cultural, social e tecnológica a que todos estamos expostos.

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