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Como será a empresa do futuro?

Por Carlos Nepomuceno

Data de Publicação: 23 de Outubro de 2008

Depois da palestra Sou+Web na Faculdade Hélio Alonso, sábado passado, na qual tinha um pessoal da TIM perguntando: "Afinal, como será a empresa do futuro?", fiquei a pensar com o meu mouse e teclado.

Disseram eles: "A nossa empresa é uma prestadora de serviços na área de telefonia celular".

Pois bem imagino que hoje começamos a mudar mais e mais uma estrutura de atendimento ao cliente de um modelo vertical para cada vez mais horizontal.

De algo "eu faço e toma pronto" para "vem aqui fazer junto comigo que eu te dou uma força mais adiante. Te dou algo que é a tua cara e você pode alterar quando quiser".

O mercado era um porque o ambiente de conhecimento era um; mudou o ambiente de conhecimento, a partir das novas tecnologias de informação e comunicação, e estamos diante de um novo mercado.

É uma fase de transição dolorosa, mas necessária.

Antes: eu bolo meu produto aqui e coloco lá no mercado

Mas hoje, com o processo colaborativo, o mercado está aqui, está lá, ou em todo o lugar? Existe ainda dois espaços, ou um só? Já que é muito barato você trazer o seu consumidor para dentro da "bolação" do seu produto o tal "prosumidor".

Quando alguém coloca o consumidor para preparar a sua própria estampa da camiseta, fazer ele mesmo o seu pacote de turismo ou produzir o seu próprio carro, o que na verdade está se fazendo?

Com um custo barato, via internet, estamos pedindo para o prosumidor clicar e ordenar para o robô da fábrica algo que ele já está comprando, não algo que vai comprar.

É uma redução enorme de corte de custo: pesquisa, marketing, estoque tudo!

Ou seja, tentar enfrentar esse futuro pensando com a cabeça do passado é algo meio demodé vai consumir dinheiro e não vai nos levar a lugar nenhum.

Assim, quando a empresa pensa no seu negócio, não pode mais pensar em que é uma empresa de serviço está indo pela caminho errado. Ela ERA uma empresa de serviços, agora é uma gestora de comunidades que tenta resolver determinados problemas de seus prosumidores.

TIM, empresa gestora de comunidades de usuários de equipamentos móveis. É preciso que o usuário possa ele mesmo fazer o seu próprio plano, dizer com que amigos agora ele quer falar mais barato como se fosse um Orkut ou um Twitter. Ele vai mudando e pagando menos.

É um passo inicial

Quando Gutemberg inventou o livro, a Europa tinha uma estrutura hierárquica, centrada em reis e igrejas.

O livro permitiu que um conjunto de idéias (que não andavam circulando no planeta) pudesse ser trocado. Daquele momento em diante as organizações puderam se reestruturar.

Os reis e papas perderam a hegemonia com as revoluções que se seguiram, da francesa à russa.

Com a internet o que está em cheque é um outro tipo de hierarquia: a dos que sabem o que a sociedade quer, do presidente da empresa, ao gerente de marketing, aos políticos, etc

Agora, todo mundo quer dizer e quer encomendar o que realmente lhe agrada.

É um novo passo e se a Tim, do nosso exemplo não entrar, e as demais forem adiante nessa nova concepção, aparece a Tom e fim de papo.

Meu twitter: http://twitter.com/cnepomuceno

Sobre o autor

Carlos Nepomuceno é Doutorando em Ciência da Informação pela Universidade Federal Fluminense é consultor e jornalista especializado em Tecnologia (Informática e Internet), com larga experiência em projetos nestas áreas. Foi um dos primeiros webmasters do Brasil. Atualmente, presta consultoria permanente para as seguintes instituições: Petrobras, IBAM e Sebrae-RJ. É professor do MBA de Gestão de Conhecimento do CRIE/Coppe/UFRJ, com a cadeira "Inteligência Coletiva" e coordenador do ICO - Instituto de Inteligência Coletiva.

É autor, com Marcos Cavalcanti, do livro O Conhecimento em Rede Publicado pela Campus/Elsevier, é o primeiro livro no Brasil a discutir a WEB 2.0, a levantar paradigmas quanto à inteligência coletiva e a mostrar, na prática, como implantar projetos desta natureza. O livro trata desta nova revolução cultural, social e tecnológica a que todos estamos expostos.

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