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Por Júlio Neves
Data de Publicação: 04 de Março de 2007
Continuamos hoje o que começamos no último artigo, isto é, a ver as facilidades oferecidas pelo comando xargs.
O xargs é também uma excelente ferramenta de criação de one-liners (scripts de somente uma linha). Veja este para listar todos os donos de arquivos (inclusive seus links) "pendurados" no diretório /bin e seus subdiretórios.
$ find /bin -type f -follow | \ xargs ls -al | tr -s ' ' | cut -f3 -d' ' | sort -u
Muitas vezes o /bin é um link (se não me engano, no Solaris o é) e a opção -follows obriga o find a seguir o link. O comando xargs alimenta o ls -al e a seqüência de comandos seguinte é para pegar somente o 3º campo (dono) e classificá-lo devolvendo somente uma vez cada dono (opção -u do comando sort).
Você pode usar as opções do xargs para construir comandos extremamente poderosos. Para exemplificar isso e começar a entender as principais opções desta instrução, vamos supor que temos que remover todos as arquivos com extensão .txt sob o diretório corrente e apresentar os seus nomes na tela. Veja o que podemos fazer:
$ find . -type f -name "*.txt" | \ xargs -i bash -c "echo removendo {}; rm {}"
A opção -i do xargs troca pares de chaves ({}) pela cadeia que está recebendo pelo pipe (|). Então neste caso as chaves ({}) serão trocadas pelos nomes dos arquivos que satifaçam ao comando find.
Olha só a brincadeira que vamos fazer com o xargs:
$ ls | xargs echo > arq.ls $ cat arq.ls arq.ls arq1 arq2 arq3 $ cat arq.ls | xargs -n1 arq.ls arq1 arq2 arq3
Quando mandamos a saída do ls para o arquivo usando o xargs, comprovamos o que foi dito anteriormente, isto é, o xargs manda tudo que é possível (o suficiente para não gerar um estouro de pilha) de uma só vez. Em seguida, usamos a opção -n 1 para listar um por vez. Só para dar certeza veja o exemplo a seguir, quando listaremos dois em cada linha:
$ cat arq.ls | xargs -n 2 arq.ls arq1 arq2 arq3
Mas a linha acima poderia (e deveria) ser escrita sem o uso de pipe (|), da seguinte forma:
$ xargs -n 2 < arq.ls
Outra opção legal do xargs é a -p, na qual o xargs pergunta se você realmente deseja executar o comando. Digamos que em um diretório você tenha arquivo com a extensão .bug e .ok, os .bug estão com problemas que após corrigidos são salvos como .ok. Dá uma olhadinha na listagem deste diretório:
$ ls dir arq1.bug arq1.ok arq2.bug arq2.ok ... arq9.bug arq9.ok
Para comparar os arquivos bons com os defeituosos, fazemos:
$ ls | xargs -p -n2 diff -c diff -c arq1.bug arq1.ok ?...y .... diff -c arq9.bug arq9.ok ?...y
Para finalizar, o xargs também tem a opção -t, onde vai mostrando as instruções que montou antes de executá-las. Gosto muito desta opção para ajudar a depurar o comando que foi montado.
Então podemos resumir o comando de acordo com a tabela a seguir:
Opção Ação
-i Substitui o par de chaves ({}) pelas cadeias recebidas -nNum Manda o máximo de parâmetros recebidos, até o máximo de Num para o comando a ser executado -lNum Manda o máximo de linhas recebidas, até o máximo de Num para o comando a ser executado -p Mostra a linha de comando montada e pergunta se deseja executá-la -t Mostra a linha de comando montada antes de executá-la
Acabou! Foi bom para mim, foi bom para você também? :)
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Este tutorial foi publicado originalmente na Dicas-L em 27 de fevereiro de 2005
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