você está aqui: Home → Coluna do Cesar Brod
De acordo com as Leis 12.965/2014 e 13.709/2018, que regulam o uso da Internet e o tratamento de dados pessoais no Brasil, ao me inscrever na newsletter do portal DICAS-L, autorizo o envio de notificações por e-mail ou outros meios e declaro estar ciente e concordar com seus Termos de Uso e Política de Privacidade.
Por Cesar Brod
Data de Publicação: 28 de Outubro de 2014
Os praticantes do Scrum já sabem o que é uma GASP - Generally Accepted Scrum Practice, ou prática geralmente aceita no Scrum. São práticas que, mesmo não fazendo parte oficial dos poucos ritos do Scrum, acabam sendo incorporadas a eles. Uma delas, ainda que polêmica, é o Sprint Zero. O Sprint que acontece antes daqueles onde incrementos funcionais do que está sendo desenvolvido são entregues ao Product Owner.
Em meu livro Scrum, Guia Prático para Projetos Ágeis dedico um capítulo ao Sprint Zero e sugiro algumas coisas que devem ser contempladas nele. Nas capacitações e coaching que desenvolvo para Product Owners, tenho a oportunidade de desenvolver esse assunto um pouco mais. A abordagem que adoto é a de que não há Sprint onde não se tenha a percepção de criação de valor, mesmo que, especificamente no Sprint Zero, não existam entregas relativas ao produto (ou serviço) a ser desenvolvido.
Para os que estão familiarizados com a forma pela qual o PMI trata o framework Agile, dividindo o ciclo de desenvolvimento nas fases de
eu gosto de concentrar as duas fases iniciais no Sprint Zero e atribuir ao Product Owner a principal responsabilidade por elas.
O Product Owner é, de fato, o responsável pela visão do que deve ser construído e documentar as funcionalidades do produto na forma de um Product Backlog. Aí já está um valor importante a ser observado pelos patrocinadores do produto: um Mapa Mental ou um Product Canvas bem claro e visível, já traduzido em histórias devidamente priorizadas e ordenadas para serem entregues à equipe Scrum. Caso essa equipe ainda não exista, ela pode ser treinada enquanto o Sprint Zero se desenrola. Uma declaração de alto nível, com um ou dois parágrafos, sobre o que está sendo desenvolvido, o público-alvo e os benefícios que ele terá também deve ser desenvolvida.
A fase de especulação, preferencialmente já feita com a equipe Scrum definida, traduz-se no exercício de planejamento macro de todo o Product Backlog. Todas as tarefas, já priorizadas, serão lidas e estimadas pela equipe. Essa fase se repetirá a cada Sprint, mas aí será focada apenas nas tarefas a serem realizadas naquela Sprint. Isso é especialmente importante no caso de equipes novas, com pouca ou nenhuma familiaridade com estimativas. É normal que algumas estimativas sejam revistas (assim como as funcionalidades desejadas para o produto) em uma outra GASP, a de Product Backlog Grooming (o aprimoramento do Product Backlog).
Ainda na fase de especulação deve ser feito um exercício para que sejam detectados eventuais riscos para o projeto. Uma análise clássica de SWOT (Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças) é bastante útil nesta fase.
A grande vantagem de se colocar estas fases de Visão e Especulação dentro do Sprint Zero é evitar a tentação da parálise (Analysis Paralysis). Este Sprint, como todos os demais, terá uma duração fixa (uma ou duas semanas, no máximo) e o escopo de criação de valor bem definido em uma entrega: a visão do produto, com a sua devida compreensão integral, a ser apresentada à toda a equipe.
Cesar Brod usa Linux desde antes do kernel atingir a versão 1.0. Dissemina o uso (e usa) métodos ágeis antes deles ganharem esse nome. Ainda assim, não está extinto! Escritor, consultor, pai e avô, tem como seu princípio fundamental a liberdade ampla, total e irrestrita, em especial a do conhecimento.
Mais sobre o Cesar Brod: [ Linkedin ] | [ Twitter ] | [ Tumblr ].