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Quando TIC e TAC se encontram - Robôs

Por Cesar Brod

Data de Publicação: 22 de Abril de 2011

Este texto foi motivado pelo leitor e amigo Álvaro Justen, aka Turicas, que comentou meu primeiro artigo sobre o assunto:

Brod, concordo que deva existir uma convergência dessas áreas - mas já existe um movimento acontecendo! Projetos como o Arduino e Lua facilitam o uso de microcontroladores (que acabam sendo utilizados para automação e controle) por pessoas que já têm experiência em desenvolvimento de software - o Arduino, em especial, tem feito bastante sucesso e até por conta dele outras plataformas têm sido amplamente divulgadas. O mais legal disso tudo é que o projeto Arduino é totalmente aberto, ou seja, essa convergência está se dando por um projeto que segue a filosofia do software livre (o hardware e a documentação também são abertos) - e creio que boa parte do sucesso do projeto se deva à liberdade. Tento sempre ressaltar esse fato nas minhas palestras sobre Arduino - talvez esse seja um tema legal para uma próxima coluna, dando um exemplo claro de integração de TIC e TAC com software livre. ;-)

Robôs nos fascinam. Talvez por ser a forma mais prática de visualizarmos a tecnologia: algo que possa servir a nós com um jeitão quase humano, mas ao mesmo tempo impessoal. No fundo, um escravo ideal. O robô da minha infância era o B9, da série Perdidos no Espaço, projetado pelo Dr. Zachary Smith.

Eu já contei da minha hepatite e minha relação com a TV antes. Foi chegando ao final dos anos 1960 que eu conheci Perdidos no Espaço. Eu me identificava com o Will Robinson, filho caçula da família e o melhor amigo do robô. Quando nos mudamos para São Paulo a identificação ficou ainda maior. Meu pai virou o explorador do universo, bem distante de Arroio do Meio. Minha mãe, concluindo o magistério, tinha em seus dois pequenos filhos farto material para o exercício de sua pedagogia e paciência. Minha querida irmã, vítima de minhas tantas experiências, ainda me ama. Não sei como! Deve ser coisa de sangue mesmo...

Meu pai comprava lanternas que eu desmontava, pegava as lampadinhas e montava em latas de óleo e Nescau para montar meus robôs. As pilhas serviam também como pernas. Logo aprendi que o metal das latas era condutor e comecei a aproveitar este princípio para minimizar meus circuitos. Minhas experiências com corrente alternada começaram com minha prima, a Tatiana (que, incrivelmente, também me ama, apesar da cicatriz que ela ainda expõe para seu orgulho e minha vergonha em todas as festas de família).

Sempre fui bastante criativo e inventivo, ao menos é o que diz a minha mãe. Meu problema é que não sou do tipo de pessoa de testar as ideias em si mesmo e meus robôs ainda ficavam muito a dever. Eu já sabia que metais conduziam, que eletricidade gerava calor (quantas pilhas consumidas nesta constatação!) e que a eletricidade da tomada, 220 Volts, era muito mais do que minhas pilhas podiam gerar. E a Tatiana tinha um grampo no cabelo. Bom, pedi para ela colocar as pontas dele na tomada e fiquei observando, como bom futuro cientista, o resultado. A Tatiana faz questão de que eu observe até hoje!

Minha cabeça sempre processou as informações e comunicou aos outros minhas ideias, mas para isso precisou da minha boca e de todo o resto do meu corpo. Pensando bem, meu cérebro cuida de toda a parte da Tecnologia da Informação e o resto do corpo daquilo que envolve Comunicação, Automação e Controle. Só para falar, já tem um montão de dispositivos que necessitam ser acessados pelo cérebro. O ar tem que ser expirado dos pulmões para fazer vibrar as cordas vocais que, em movimentos extremamente complexos da língua e dos lábios torna-se palavras. Para escrever, então, pensa só! É muito músculo para controlar.

Em pensar que a gente usa tanto poder de processamento para sacanear as primas!

Não faz muito tempo eu assisti a um vídeo do pessoal da Makezine onde um nerd como a gente fez um botão que substituía a palavra AWESOME por seus vários sinônimos: maravilhoso, fantástico, incrível e outras vinte e seis correspondências. Assim, ele não se repetiria nos comentários no Facebook. Ele usou um botão bem besta que comprou em uma loja de artigos para escritório, um minicomputador Arduíno baratíssimo e suas habilidades de programador.

O vídeo está disponível aqui

O gurizão juntou seu cérebro, sua Tecnologia de Informação e Comunicação, para que um substituto Arduíno escolhesse para ele - e digitasse - usando a Tecnologia de Automação e Controle, um sinônimo de AWESOME!

A Singularidade está próxima, muito próxima!

Sobre o autor

Cesar Brod usa Linux desde antes do kernel atingir a versão 1.0. Dissemina o uso (e usa) métodos ágeis antes deles ganharem esse nome. Ainda assim, não está extinto! Escritor, consultor, pai e avô, tem como seu princípio fundamental a liberdade ampla, total e irrestrita, em especial a do conhecimento.

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