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Bash - como usar o histórico de comandos

Colaboração: Rodrigo Bernardo Pimentel

Data de Publicação: 24 de Julho de 2000

O "history" (ou histórico) no bash, apesar de extremamente poderoso, é muito pouco usado, além do tradicional "setinha pra cima" para exibir os últimos comandos.

Seu comportamento é regido por algumas variáveis:

Variável Significado
HISTSIZE Tamanho (em número de comandos) do histórico.
HISTFILE Arquivo em que serão salvos os comandos (normalmente ~/.bash_history).
HISTFILESIZE Tamanho máximo (em linhas) do arquivo selecionado acima. Se um valor for especificado, o arquivo será truncado para conter apenas o número especificado de linhas.
HISTCONTROL Pode ter um dentre três valores: ignorespace, ignoredups ou ignoreboth. Se se usar o primeiro, comandos começando com espaço não vão para o histórico. Com o segundo (e isso é particularmente interessante), se um comando é executado mais de uma vez em seguida, só uma ocorrência vai para o histórico. O terceiro implementa ambas as funcionalidades.

Eu, por exemplo, uso HISTSIZE e HISTFILESIZE como 5000.

Finalmente, para quem costuma quebrar comandos em várias linhas (quem sabe isso não vai em outra dica? ;) , pode ser interessante fazer

 export command_oriented_history=1 

(ou qualquer outro valor, basta a variável estar "setada") Isso faz com que o bash tente salvar todas as linhas do comando, ao invés de salvar cada linha como se fosse um comando diferente (o comportamento padrão).

O caractere associado ao histórico é ! (exclamação). Aqui, é mais fácil compreender com a ajuda de exemplos:

!bla repete o último comando começando com bla.
!?bla repete o último comando contendo bla.
!x repete o comando de número x no histórico. Similarmente,
!-y repete o y-ésimo comando, do atual pra trás.
!! repete o último comando (ou seja, igual a !-1)
!# repete tudo o que foi digitado na linha até aquele ponto. Por exemplo, ls !# geraria ls ls

Depois de especificada a linha de que se quer tratar (com os comandos anteriores), pode-se selecionar parte delas e modificá-la. Esse tratamento das linhas é introduzido por ``:'` (dois pontos).

A seleção, em sua forma mais simples, é feita indicando-se um número relativo à posição do argumento que você quer selecionar no comando (0 - zero - é o comando em si). Assim, por exemplo

[rbp@muppets ~]$ ls bla
 ls: bla: No such file or directory 
[rbp@muppets ~]$ !!:0
 ls 

A linha !!:0 pegou a última linha e executou só o "argumento zero" (o comando em si). Poderíamos também fazer algo como:

 [rbp@muppets ~]$ man xscreensaver
[rbp@muppets ~]$ !!:1
 xscreensaver 

Pode-se selecionar uma seqüência de argumentos, com x-y (do argumento de número x ao de número y, inclusive). Por exemplo,

 [rbp@muppets ~]$ cat script1 script2 script3
 (...) 
[rbp@muppets ~]$ !!:1-2
 script1 script2
(...)

Complementando ^ é o argumento de número 1 (isto é, o primeiro argumento depois do comando em si), $ é o último. Podem-se fazer abreviações como x- (igual a x-$), -x (igual a 1-x) ou * (igual a 1-$).

Para se modificar o comando em questão (ou a porção selecionada dele), o método mais comum é muito semelhante ao sed:

 [rbp@muppets ~]$ mkdir diretorio1
[rbp@muppets ~]$ !!:s/1/2
 mkdir diretorio2 

O s/1/2 substituiu 1 por 2 no comando anterior.

Juntando tudo:

 [rbp@muppets ~]$ export EDITOR=emacs
[rbp@muppets ~]$ !!:1:s/EDITOR=//
 emacs 

Finalmente, uma dica: substituição do último comando executado pode ser feita rapidamente com

^a^b - substitui a por b no último comando.

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